O V Congresso Nacional do PT, já encerrado, mostrou um partido dividido entre o imaginário e o real. Companheiros fiéis aos tempos da fundação, 35 anos atrás, e companheiros empenhados em apagar o passado.
Estes pretendendo integrar a onda neoliberal que assola o país, aqueles buscando nas lembranças combustível para a reviravolta. Uns desconfiados dos outros.
Todos sentindo a rejeição crescente da população ao governo Dilma por conta da ausência de iniciativas capazes de contentar as duas partes em conflito. Nem reformas sociais profundas nem ampliação das benesses das elites. Não é preciso bola de cristal para perceber que o PT marcha para a derrota eleitoral. O ensaio geral de 2016 tornará realidade a débâcle de 2018.
As lambanças expostas com o mensalão e cristalizadas no petrolão, por mais execráveis que sejam, não ocupam o centro do palco onde a tragédia se desenvolve. Perniciosa, mesmo, é a indefinição. A falta de rumos, expressa pelos que sustentam a volta à luta de classes, tanto quanto pelos que aderiram ao modelo elitista.
Se nada mudar, as eleições municipais, assim como as nacionais, dois anos depois, revelarão o esgotamento petista. A volta do Lula transformou-se de certeza em dúvida reforçada pela ausência de renovação nos quadros do PT. Já faltavam propostas renovadoras, agora falta quem possa executá-las.
DESGOVERNO
O máximo em matéria de desgoverno aconteceu esta semana. O ministro da Saúde anunciou estudos e conversas a respeito da volta da CPMF. Foi desmentido não apenas pelo ministro da Fazenda, mas por seu próprio ministério. Entre Arthur Chioro e Joaquim Levy, por onde anda a presidente Dilma? Acresce a queda de braço entre o chefe da Casa Civil e o vice-presidente da República. Enquanto isso o desemprego aumenta, disputando com a inflação o troféu da incompetência.
AINDA NÃO SERÁ DESSA VEZ
Marcada para terça-feira, na Câmara, não deverá ser aprovada a proposta que cria cotas para mulheres no Congresso, nas Assembleias e nas Câmaras de Vereadores. Apesar de majoritárias na população e no eleitorado, não há correspondência para as mulheres no número de cadeiras.
Talvez porque não se apresentem como poderiam, nas eleições. Como serão os homens a decidir, o resultado pode ser previsto. Conselho para as Madames: insistam, não desistam.
Talvez porque não se apresentem como poderiam, nas eleições. Como serão os homens a decidir, o resultado pode ser previsto. Conselho para as Madames: insistam, não desistam.
14 de junho de 2015
Carlos Chagas
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