A blasfêmia é tão antiga quanto a religião; na verdade, tão antiga quanto a criação. A serpente do Paraíso é o primeiro blasfemador da história – e obteve êxito. Na segunda criação do homem, a ofensa a Deus também estava presente. Além de ter sido acusado de blasfemar pelas autoridades religiosas de sua época, Jesus Cristo foi vítima de blasfêmias no momento em que estava pregado à cruz, sofrendo dores lancinantes: “Ele salvou a outros e não pode salvar-se a si mesmo! Se é rei de Israel, desça agora da cruz e nós creremos nele!” (Mt, 27,42) Por isso, não me escandalizo com as blasfêmias contemporâneas. Só sinto uma profunda pena, uma invencível vontade de rezar pelos blasfemadores. Acham-se ousados, não sabem como são típicos. Um dia terão consciência do erro que cometeram.
A mais antiga imagem pictórica do cristianismo é um ato de blasfêmia. Trata-se do grafite de Alexamenos, encontrado durante escavações no Monte Palatino, em Roma, no ano de 1875. Calcula-se que o grafite seja do século III da era cristã. O desenho em gesso mostra a crucificação de um burro, tendo a seus pés um fiel em atitude de adoração. A legenda, em grego, diz: “Alexamenos adora seu deus”. Imagine-se que Alexamenos seja um cristão dos primeiros tempos, ridicularizado por seus colegas.
Nos tempos modernos, um dos maiores alvos dos blasfemadores é a família. Os novos colegas de Alexamenos fazem isso porque sabem que o núcleo familiar sempre foi a maior força de resistência contra as arbitrariedades do Estado e da ideologia. Marx, Trotski, Stalin, Mao e Fidel estavam conscientes dessa força. Tanto é que fizeram tudo para destruir as famílias de seus contemporâneos – e acabaram destruindo as suas próprias.
Um dos truques da blasfêmia moderna é esconder-se sob as palavras. Os ideólogos querem agora promover a sexualização das crianças disfarçada com o nome “ideologia de gênero”. De minha parte, acho um milhão de vezes pior a blasfêmia que pode atingir nossos filhos na escola do que aquela feita meramente para atrair manchetes na mídia. A serpente que se esconde é mais perigosa do que a serpente que se mostra. Vigiai e orai!
19 de junho de 2015
Paulo Briguet
A mais antiga imagem pictórica do cristianismo é um ato de blasfêmia. Trata-se do grafite de Alexamenos, encontrado durante escavações no Monte Palatino, em Roma, no ano de 1875. Calcula-se que o grafite seja do século III da era cristã. O desenho em gesso mostra a crucificação de um burro, tendo a seus pés um fiel em atitude de adoração. A legenda, em grego, diz: “Alexamenos adora seu deus”. Imagine-se que Alexamenos seja um cristão dos primeiros tempos, ridicularizado por seus colegas.
Nos tempos modernos, um dos maiores alvos dos blasfemadores é a família. Os novos colegas de Alexamenos fazem isso porque sabem que o núcleo familiar sempre foi a maior força de resistência contra as arbitrariedades do Estado e da ideologia. Marx, Trotski, Stalin, Mao e Fidel estavam conscientes dessa força. Tanto é que fizeram tudo para destruir as famílias de seus contemporâneos – e acabaram destruindo as suas próprias.
Um dos truques da blasfêmia moderna é esconder-se sob as palavras. Os ideólogos querem agora promover a sexualização das crianças disfarçada com o nome “ideologia de gênero”. De minha parte, acho um milhão de vezes pior a blasfêmia que pode atingir nossos filhos na escola do que aquela feita meramente para atrair manchetes na mídia. A serpente que se esconde é mais perigosa do que a serpente que se mostra. Vigiai e orai!
19 de junho de 2015
Paulo Briguet
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