"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

JANENE MORREU, MAS PASSA BEM, SEGUNDO O "DECLARANTE" YOUSSEF



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Não é difícil lembrar de algum escândalo do qual José Janene, deputado do PP morto em 2010, tenha figurado entre os envolvidos. Difícil é lembrar algum projeto do então deputado que tenha servido ao leitor.
Em vida, Janene era uma espécie de Forrest Gump de Brasília. Esteve em todas as confusões de seu tempo – por uma questão de timing os acordos sobre capitanias hereditárias não passaram por seu gabinete.
O deputado é peça-chave das investigações em curso sobre os desvios na Petrobras, onde seu partido, o mesmo de Paulo Maluf, tinha sua própria capitania. Só não apareceu algemado porque, por sorte, morreu antes. Ou não.
Em sessão aberta da CPI da Petrobras, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da comissão, levantou a hipótese de que o ex-colega esteja vivo. Janene morreu (ao menos oficialmente) de ataque cardíaco e seu caixão, segundo Motta, foi lacrado para o velório. Como ninguém viu o corpo, ganhou força, na CPI, a hipótese de que Janene havia simulado a própria morte para viver em paz na América Central.
REALISMO FANTÁSTICO
A história da exumação do corpo, definiu meu amigo Felipe Corazza, é o Brasil dando troco na Argentina de Jorge Luís Borges e seu realismo fantástico. Nosso Quincas Berro D’Água, personagem de Jorge Amado que morreu duas vezes antes de ser enterrado, não faria frente à imaginação do autor de Ficções. Nem a investigadores ou investigados da CPI.
Esteja onde estiver, o morto (ou vivo) não pode defender. Se ressurgir, será a maior homenagem a outro gênio do surrealismo latino: Roberto Bolaños – o pai do Chaves, não o chileno. Entrará para a história como o deputado que preferiu morrer do que perder a (boa) vida.
Vivo ou morto, o jornalismo local tem a chance de fazer frente à dura concorrência do Sensacionalista, o site de noticias absurdas inspirados no absurdo da vida real. Difícil seria escolher um título. “O morto segue morto”. Ou “Morreu, mas passa bem”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - Com a divulgação do atestado de óbito de Janene pelo blog O Antagonista, a coisa se complica. No atestado, quem aparece declarando a morte do ex-deputado é justamente o doleiro Alberto Youssef, e não é preciso dizer mais nada. Exumação, já! (C.N.)

22 de maio de 2015
Matheus Pichonelli
Yahoo

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