"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 8 de março de 2015

AS INTERMINÁVEIS DELAÇÕES DO LAVA JATO

AFINAL, O DELATOR ESTÁ TENTANDO SALVAR A PELE DE OUTROS CORRUPTOS ENVOLVIDOS NA ROUBALHEIRA DA PETROBRAS?
Costa: benefício da delação ameaçado
Um dos pilares de qualquer acordo de delação premiada é a exigência de que o réu não minta perante a Justiça. Sa­be-se lá por que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa resolveu - talvez por esperteza mesmo - burlar o combinado com os procuradores responsáveis pela Operação Lava-Jato e dizer-se dono de contas no exterior que não são suas.

VEJA teve acesso a documentos que revelam que o delator está devolvendo quase 5 milhões de dólares (cerca de 15 milhões de reais) de terceiros para os cofres públicos.

A fortuna, nesse caso, é de propriedade de outros acusados de corrupção na mesma investigação que já prendeu empreiteiros e três diretores da Petrobras desde o ano passado.
Um caso típico de apropriação indébita - algo em que Paulo Roberto Costa, aliás, se revelou um mestre na última década.
A Polícia Federal apura ainda se, além disso, Costa está escondendo contas no exterior para proteger esquemas de recebimento de propina e lavagem de dinheiro.
 
A cortesia com o chapéu alheio pode ser facilmente identificada por quem se dispuser a compulsar o termo de acordo de delação assinado em 27 de agosto de 2014. Na ocasião, o ex-­diretor comprometeu-se a apresentar provas ao Ministério Público Federal de subornos pagos fora do Brasil por empreiteiras prestadoras de serviços da Petrobras.
 
Foi no exterior, por exemplo, que a Odebrecht teria pago a ele 31,5 milhões de dólares, de acordo com uma das dezenas de confissões prestadas na PF. Na cláusula 6ª da delação, Costa afirmou que renunciava aos valores de contas mantidas na Suíça controladas direta ou indiretamente por ele próprio, mediante empresas offshore.
 
É justamente nesse ponto que está o problema. O ex-diretor listou doze empresas que seriam suas - algumas inclusive no nome de familiares. Só que quatro delas não são: a Aquila Holding, a Santa Tereza Services, a Santa Clara Private Equity e a Elba Services.

O dono das offshores é João Procópio de Almeida Prado, um dos subordinados do doleiro Alberto Youssef e responsável por operar contas no exterior para o patrão. Procópio esteve preso até 20 de fevereiro na carceragem da PF em Curitiba. Hoje, está solto.

Do site da revista Veja

08 de março de 2015
in aluizio amorim

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