"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O SOCO DO PAPA...

Solenemente discordo do soco de Sua Santidade



O Papa Francisco defendeu o direito de expressão, mas disse ser errado provocar os outros ao insultar a religião alheia. Os comentários do pontífice foram feitos após o ataque à revista satírica Charlie Hebdo em Paris na semana passada. 

Para ilustrar seu ponto, Francisco disse a jornalistas no avião papal que seu assistente poderia esperar um soco se ele xingar sua mãe. "É normal. Você não pode provocar, não pode insultar a religião dos outros”, disse ele, conforme relato da BBC.

Sua Santidade o Papa Francisco tem o hábito de conceder entrevistas a jornalistas, especialmente quando em viagem internacional. Nessas ocasiões ele costuma sair de seu banco no avião e vai até onde estão jornalistas da imprensa mundial que fazem a cobertura do Vaticano.

Não é prudente o que ele faz. A palavra de um Pontífice tem tal peso para enorme parcela da população mundial que quem ocupa essa elevada função precisa meditar sobre cada palavra.

Entrevistas  são momentos que favorecem a espontaneidade e não são adequados à cuidadosa reflexão.

Ora, um Papa não pode sair por aí distribuindo hipotéticos murros. E, menos ainda, pode usar a analogia que usou para tratar o atentado de Paris como um caso de ação e reação “natural”, para ficarmos com a palavra usada por ele.

26 de janeiro de 2015
Percival Puggina

Nenhum comentário:

Postar um comentário