"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

HUMILHAÇÃO NO EXTERIOR: EMBAIXADAS CONTINUAM SEM DINHEIRO

 



 
Uma circular enviada pelo Ministério das Relações Exteriores aos diplomatas nesta quarta-feira (21) adverte que o governo enviará, para este mês de janeiro, recursos que só irão cobrir os salários e obrigações trabalhistas dos contratados locais das embaixadas e apenas parte dos pagamentos pendentes de outros meses.
Por causa do corte de gastos imposto pela presidente Dilma Rousseff no dia 8, não haverá recursos suficientes para manutenção dos postos (incluindo internet, energia, aquecimento, telefone) e também para aluguéis dos funcionários do Itamaraty no exterior, a menos que haja sobra de caixa nas representações, situação bastante rara ultimamente.
Como a Folha revelou quarta-feira (21), diplomatas brasileiros em Tóquio (Japão), Lisboa (Portugal), na Guiana, nos EUA, no Canadá e no Benin (África) enviaram telegramas ao Itamaraty nos últimos dias alertando que estavam prestes a sofrer corte de energia nas embaixadas por atrasos no pagamento. Os funcionários também disseram estar sem dinheiro para comprar papel para impressoras e materiais, pagar a conta da calefação, internet e outras despesas normais.

Muitas embaixadas e consulados não recebem recursos há quase dois meses e, em alguns casos, os diplomatas têm tirado dinheiro do próprio bolso para poder ter os serviços básicos em suas residências.

Tudo isso ocorreu antes de entrar em vigor o corte anunciado pela circular desta quarta-feira. Os salários dos diplomatas não devem ser afetados porque saem de outra dotação orçamentária.

RECURSOS EM QUEDA

A participação do orçamento do Itamaraty no total do Executivo, que já era pequena, caiu quase à metade em 2014 em relação a 2003 –de 0,5% para 0,27%.

A circular, enviada pela divisão de acompanhamento de postos no exterior e obtida pela Folha, refere-se ao decreto nº 8.389, publicado em 7 de janeiro.

O documento determinou que, até a aprovação do Orçamento pelo Congresso, todos os órgãos da administração federal deverão operar com parcela mensal equivalente a 1/18 do Orçamento.
“Essa parcela equivale a cerca de 50% dos recursos que devem ser autorizados aos postos em base mensal”, diz a circular.

“PEDALADA” EM 2014

O fato é que já se acumulavam recursos não pagos de meses anteriores. “O corrente exercício iniciou-se com a necessidade de envio de quantia vultosa relativa a compromissos assumidos em 2014 que não puderam ser honrados até 31 de dezembro de 2014″, afirma a circular.

“À luz do exposto, esclareço que os recursos autorizados para o corrente mês somente permitirão o pagamento dos salários e obrigações trabalhistas dos auxiliares locais e parte das obrigações de exercícios anteriores.”

O decreto de janeiro bloqueou gastos até a aprovação do Orçamento federal, esperada para fevereiro ou março.
No entanto, depois de aprovado o Orçamento, deve haver outro decreto prevendo corte de gastos ainda maior, para tentar cumprir a meta de superávit primário de 1,2% do PIB em 2015.

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