"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 14 de março de 2014

LULA NÃO VAI ABRIR A BOCA?



 
Quem lê “Assassinato de Reputações: Um Crime de Estado”, de autoria de Romeu Tuma Jr., fica sem entender as razões de o Brasil ainda funcionar, sob a gestão de tantos bandidos e governado por sicofantas dos mais cínicos e desmoralizados! Pior de tudo é ver que as seriíssimas denúncias ficam soltas no ar. Há anos as nossas “autoridades” conduzem o país para banho de sangue sem precedentes!

No capítulo 4 do inacreditável livro, intitulado “Lula: Alcaguete e Aprendiz do Dops”, Tuma Jr. traça um perfil do ex-presidente que em qualquer nação do mundo seria motivo de insuperável ignomínia. Apesar disso, até hoje Lula da Silva não se dignou responder seu algoz, calando-se de forma a corroborar malfeitos e crimes que lhe são imputados, como se não tivesse a obrigação de se posicionar diante dos fatos.

O velho Romeu Tuma (já falecido) era descendente de sírios e delegado de polícia civil em São Paulo (concursado). Elegeu-se senador por aquele estado. No livro Habeas Corpus, editado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (janeiro de 2011), é dito que o então delegado “participou ativamente na ocultação de cadáveres de militantes assassinados sob tortura”.

Não existe registro de nenhuma acusação de tortura ou prática de corrupção que comprometa a biografia do falecido policial, cujo filho homônimo seguiu os mesmos passos. Os dois sempre foram considerados policiais disciplinados, criteriosos, formados numa linha que prima pela investigação séria e obedecendo aos ditames da lei. Tudo que Tuma Jr. relata no livro é respaldado por documentos que serão ainda acrescidos a um segundo volume em fase de elaboração.

Pois bem: O que é dito neste primeiro volume é que Lula levava informações ao Dops sobre os seus companheiros de luta dentro do sindicato, levantando detalhes de características pessoais, anunciando o que se discutia em assembleias, encontros e reuniões. Apontava os mais “perigosos” e que medidas tomar para evitar dano ao patrimônio das empresas, no caso de se perder o controle de manifestações.

Lula era espécie de José Genoíno da Guerrilha do Araguaia, que entregou todos os seus companheiros de luta armada e somente ele escapou de ser morto. Com relação a Luiz Gushiken (acusado e livrado pelo STF no processo do mensalão), ele dizia ser “o mais arredio, o mais preocupante, um verdadeiro louco incontrolável, o que merecia mais atenção”.

Nem parece o Lula que emitiu nota de pesar quando da morte daquele que chegou a ser o seu ministro-chefe da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica, revoltado com “falsas acusações” que lhe teriam sido assacadas por pessoas mal intencionadas. Mas nada disse do tempo em que delatava o antigo ajudante no DOPS. O livro de Tuma Jr. é imperdível e tem sido vendido como farinha.

Lança réstia nas trevas de país subjugado pela ignorância, pelo desconhecimento dos mínimos valores morais e pela ausência de convicção nos direitos individuais. Um país onde o PT, em qualquer eleição, sai à frente com índice de preferência que quase supera os demais, por conta da compra escancarada de votos através de bolsas-esmolas, elas próprias já denunciadas, à exaustão, pelo seu chefe, Luiz Inácio Lula da Silva.

Assassinato de Reputações é leitura obrigatória para todos os que desejam compreender horripilante faceta dos meandros da burocracia de um país sempre do futuro. Saber como é fácil, num lugar sem alma e sem majoritário pudor decisório, um grupo de bucaneiros dos mais cruéis assaltar os mais altos postos e ditar normas e regras, empregando com irrefreável vigor a mais desmoralizante prática de domínio e usufruto de um Estado patrimonialista. Quando dar-se-á um basta a tudo isso?
 
14 de março de 2014
Márcio Accioly é Jornalista.

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