"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 14 de março de 2014

EIS O JEITO PETRALHA E EMBUSTEIRO DE "GUVERNÁ"...

      Governo adia dor de cabeça fiscal e inflacionária


BANDO DE JEGUE! OCÊS CREDITARAM, MERMO?

Em mais um malabarismo intervencionista, o governo Dilma Rousseff jogou para um futuro próximo -mas convenientemente posterior às eleições- uma conta fiscal e inflacionária. Fiscal porque o crescente buraco no Orçamento não permite ao Tesouro arcar já com todos os custos adicionais da energia elétrica; inflacionária porque a inevitável alta das tarifas para o consumidor tornará mais difícil o controle da alta dos preços. 

A energia encareceu porque a estiagem comprometeu a capacidade de geração das hidrelétricas e foi necessário recorrer às termelétricas. Pelos mecanismos clássicos de mercado, deveria haver uma alta mais aguda das tarifas ou uma contenção do consumo -duas alternativas politicamente indigestas.
O tema é delicado para o governo Dilma, que no ano passado articulou uma operação política e financeira para reduzir a conta de luz. A ideia era estimular a economia, mas o ganho mais
palpável foi segurar a inflação.
Para subsidiar a energia, o Tesouro gastou quase R$ 8 bilhões no ano passado e pretendia gastar R$ 9 bilhões neste ano. A despesa de 2013 subiu agora para R$ 13 bilhões, o que, ainda assim, é bem abaixo do considerado necessário pelo setor.


META
Embora não signifiquem muito diante das proporções do Orçamento, os R$ 4 bilhões adicionais tornam ainda mais difícil cumprir a promessa, feita no mês passado, de terminar o ano eleitoral com um saldo no Tesouro semelhante ao do ano passado. A meta anunciada -poupar o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto, ou R$ 99 bilhões- já depende de uma projeção otimista para o crescimento econômico e para a arrecadação de impostos. No mercado, espera-se um saldo de apenas 1,4% do PIB.

Sintomaticamente, a equipe econômica mencionou ontem, ainda que em termos vagos, a possibilidade de aumento de tributos. Os dados fiscais sugerem essa tendência: nos últimos anos, a receita tributária deixou de ser suficiente para o cumprimento das metas do governo. A conta não fecha: reduzir a conta de luz e a inflação faz crescer o gasto público, que alimenta o consumo e leva à elevação dos demais preços.

 
GUSTAVO PATU/DE BRASÍLIA  Folha
14 de março de 2014

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