Conforme divulgado pela imprensa, o defensor público Heverton Gisclan Neves da Silva visitou Dirceu no dia 6 de Janeiro, segunda-feira, dia em que os presos na Penitenciária da Papuda não são autorizados a receber visitas. As visitações são feitas apenas às quartas e quintas.
Segundo a Defensoria Pública da União (DPU), a visita do defensor ocorreu de forma voluntária, sem nenhuma ligação formal com órgão. Em nota, a DPU informou que a visita ocorreu em função de uma pesquisa acadêmica feita pelo defensor.
A corregedoria do órgão avalia o caso. “A Defensoria Pública da União esclarece, ainda, que a atuação institucional na Ação Penal n.º 470 se deu unicamente em defesa do réu Carlos Alberto Quaglia, que, por decisão unânime do Plenário do Supremo Tribunal Federal, teve seu processo desmembrado para a Justiça Federal em Santa Catarina”, diz a nota.
Dirceu também é investigado pelo suposto uso de celular dentro da prisão. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, publicada no dia 17 de janeiro, Dirceu conversou, no mesmo dia em que recebeu a visita do defensor, por telefone celular com James Correia, secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia.
Segundo a reportagem, a conversa ocorreu com intermediação de uma terceira pessoa que visitou Dirceu. Na ocasião, a defesa do ex-ministro negou que a conversa tenha ocorrido, mas a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal abriu processo administrativo para investigar o caso.
Em decisão assinada dia 27, o juiz responsável pela VEP, Bruno André Silva Ribeiro, determinou a abertura de investigação para apurar supostas regalias que os condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, tem recebido nos presídios do Distrito Federal, como visitas fora do dia permitido e alimentação diferenciada.
Em função das supostas regalias que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares também estaria recebendo, o juiz determinou a suspensão do benefício de trabalho externo na Central Única dos Trabalhadores (CUT). A decisão vale até o dia 18 de março, quando Delúbio prestará depoimento em uma audiência de advertência por meio de videoconferência.
Segundo o Ministério Público, recentemente uma feijoada exclusiva para os internos de uma ala onde o ex-tesoureiro cumpre pena foi feita com ingredientes que teriam sido comprados na cantina do presídio.
04 de março de 2014
André Richter
Agência Brasil
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