Mulheres que engravidam tarde correm o risco de gerar filhos com síndrome de Down. Faz anos que se suspeita que homens mais velhos correm o risco de gerar filhos com distúrbios mentais. Mas os estudos eram inconclusivos e sujeitos a críticas. Agora, um estudo envolvendo toda a população da Suécia parece ter colocado um ponto final na questão.
Foram estudadas crianças nascidas na Suécia entre 1973 e 2001, um total de 2.917.399 pessoas. Para cada uma dessas crianças foram determinados sexo, idade do pai na data de nascimento e se a criança era o primeiro, o segundo ou o terceiro filho.
Além disso, foi possível determinar se cada criança havia sido diagnosticada ou tratada para diversos distúrbios psiquiátricos, como autismo, déficit de atenção ou hiperatividade, psicoses, distúrbio bipolar e tentativas de suicídio. Estes dados constam nos bancos de dados do sistema de saúde sueco. O envolvimento com drogas também foi analisado usando o banco de dados da polícia sueca.
Usando os bancos de dados do sistema educacional foi possível determinar o desempenho acadêmico das crianças, se foram reprovadas, a avaliação acadêmica feita aos 10 anos de idade e se cursaram ensino superior.
Em seguida, foram excluídas da amostra crianças cujas datas de nascimento eram incertas, cuja gestação foi longa ou curta, ou que haviam passado uma parte da vida fora da Suécia. A amostra final foi de 2.615.081 crianças.
As crianças foram classificadas em sete grupos. Se, no dia do nascimento, o pai tinha menos de 20 anos, a criança era colocada no primeiro grupo, se a idade do pai estava entre 20 e 24, ela era colocada no segundo grupo, e assim por diante, até o grupo em que os pais tinham entre 40 e 44 anos. Num último grupo estavam as crianças com pais de mais de 45 anos. Em cada um desses grupos foi avaliada a frequência dos diversos distúrbios psiquiátricos e cognitivos. Finalmente foram feitos gráficos em que o risco de a criança desenvolver uma dada doença era colocado no eixo vertical e a idade do pai no dia do nascimento, no eixo horizontal.
Os resultados mostram que para alguns tipos de distúrbios mentais e educacionais o risco de a criança apresentar o problema aumenta à medida que a idade do pai aumenta. Comparando o grupo de crianças nascidas de pais que tinham entre 20 e 24 anos ao grupo com mais de 45 anos, não fica dúvida de que a incidência de autismo, déficit de atenção e hiperatividade, psicoses, desordem bipolar, tentativa de suicídio, uso de drogas, notas baixas na escola e não progressão para o ensino superior são significativamente maiores no grupo de pais mais velhos. No caso do autismo, o aumento do risco é de 3,5 vezes (350%). Esses riscos crescem gradativamente com o aumento da idade do pai a partir dos 25 anos.
A conclusão é que homens idosos (com mais de 45 anos) têm uma chance muito maior de ter filhos com problemas psiquiátricos e cognitivos (pelo menos na Suécia).
Apesar de assustadora, a conclusão está de acordo com a história natural do ser humano. Até recentemente, os seres humanos reproduziam logo após a puberdade e viviam 40 ou 50 anos. Como fomos selecionados durante centenas de milhares de anos para reproduzir antes dos 30 anos, não é de espantar que a reprodução tardia traga problemas. O intrigante é que, conforme nossa sociedade "progride", vivemos mais e temos uma vida sexual mais longa (Viagra). Nossa estrutura econômica e social também incentiva a reproduzir cada vez mais tarde (carreira antes dos filhos). A consequência é o aumento do risco de gerarmos filhos com problemas cognitivos, mentais e psiquiátricos. É mais um dos custos do que chamamos de progresso.
Foram estudadas crianças nascidas na Suécia entre 1973 e 2001, um total de 2.917.399 pessoas. Para cada uma dessas crianças foram determinados sexo, idade do pai na data de nascimento e se a criança era o primeiro, o segundo ou o terceiro filho.
Além disso, foi possível determinar se cada criança havia sido diagnosticada ou tratada para diversos distúrbios psiquiátricos, como autismo, déficit de atenção ou hiperatividade, psicoses, distúrbio bipolar e tentativas de suicídio. Estes dados constam nos bancos de dados do sistema de saúde sueco. O envolvimento com drogas também foi analisado usando o banco de dados da polícia sueca.
Usando os bancos de dados do sistema educacional foi possível determinar o desempenho acadêmico das crianças, se foram reprovadas, a avaliação acadêmica feita aos 10 anos de idade e se cursaram ensino superior.
Em seguida, foram excluídas da amostra crianças cujas datas de nascimento eram incertas, cuja gestação foi longa ou curta, ou que haviam passado uma parte da vida fora da Suécia. A amostra final foi de 2.615.081 crianças.
As crianças foram classificadas em sete grupos. Se, no dia do nascimento, o pai tinha menos de 20 anos, a criança era colocada no primeiro grupo, se a idade do pai estava entre 20 e 24, ela era colocada no segundo grupo, e assim por diante, até o grupo em que os pais tinham entre 40 e 44 anos. Num último grupo estavam as crianças com pais de mais de 45 anos. Em cada um desses grupos foi avaliada a frequência dos diversos distúrbios psiquiátricos e cognitivos. Finalmente foram feitos gráficos em que o risco de a criança desenvolver uma dada doença era colocado no eixo vertical e a idade do pai no dia do nascimento, no eixo horizontal.
Os resultados mostram que para alguns tipos de distúrbios mentais e educacionais o risco de a criança apresentar o problema aumenta à medida que a idade do pai aumenta. Comparando o grupo de crianças nascidas de pais que tinham entre 20 e 24 anos ao grupo com mais de 45 anos, não fica dúvida de que a incidência de autismo, déficit de atenção e hiperatividade, psicoses, desordem bipolar, tentativa de suicídio, uso de drogas, notas baixas na escola e não progressão para o ensino superior são significativamente maiores no grupo de pais mais velhos. No caso do autismo, o aumento do risco é de 3,5 vezes (350%). Esses riscos crescem gradativamente com o aumento da idade do pai a partir dos 25 anos.
A conclusão é que homens idosos (com mais de 45 anos) têm uma chance muito maior de ter filhos com problemas psiquiátricos e cognitivos (pelo menos na Suécia).
Apesar de assustadora, a conclusão está de acordo com a história natural do ser humano. Até recentemente, os seres humanos reproduziam logo após a puberdade e viviam 40 ou 50 anos. Como fomos selecionados durante centenas de milhares de anos para reproduzir antes dos 30 anos, não é de espantar que a reprodução tardia traga problemas. O intrigante é que, conforme nossa sociedade "progride", vivemos mais e temos uma vida sexual mais longa (Viagra). Nossa estrutura econômica e social também incentiva a reproduzir cada vez mais tarde (carreira antes dos filhos). A consequência é o aumento do risco de gerarmos filhos com problemas cognitivos, mentais e psiquiátricos. É mais um dos custos do que chamamos de progresso.
01 de março de 2014
Fernando Reinach
Fernando Reinach
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