O déficit em transações correntes do Brasil somou US$ 11,6 bilhões em janeiro, divulgou o Banco Central nesta sexta-feira. 21. É o recorde para o mês. Enquanto isso, o investimento estrangeiro direto (IED) somou US$ 5,1 bilhões - e cobriu apenas 44% do rombo das contas externas. De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o resultado está dentro do que se esperava. Para o acumulado deste ano, o BC projeta déficit de US$ 78 bilhões. Se concretizado, será menor do que o verificado no acumulado no último ano (US$ 81,374 bilhões).
Em 12 meses, o IED do Brasil soma US$ 65,4 bilhões, equivalentes a 2,94% do PIB (produção de bens e serviços da economia). O rombo das transações correntes está em US$ 81,6 bilhões ou 3,67% do PIB. No período, o IED cobre 80% do déficit das contas externas.
Serviços. Tulio Maciel destacou a queda do déficit na conta de serviços em janeiro deste ano na comparação com o mesmo do ano passado. O fato se deve, segundo o economista, à variação cambial. O aumento do dólar influenciou a retração nos gastos dos brasileiros no exterior na comparação entre janeiro do ano passado e janeiro deste ano.
Em 2013, a conta de serviços ficou negativa em US$ 47,523 bilhões, 17% a mais do que o déficit do ano anterior. Segundo Maciel, essa expansão, que já foi da ordem de 20%, começa a se moderar. Os brasileiros gastaram US$ 2,120 bilhões no exterior no mês passado, ante US$ 2,299 bilhões em janeiro de 2013.
Argentina. De acordo com Maciel, a situação da economia argentina tem "influência importante em termos de fluxo de comércio" para o Brasil. "A Argentina tomou medidas importantes para equilibrar seus fluxos de comércio e isso tende a repercutir principalmente nas nossas exportações", avaliou.
Lucros e dividendos. O saldo de remessas de lucros e dividendos ficou negativo em US$ 2,499 bilhões em janeiro. As receitas (US$ 22 milhões) ficaram abaixo das remessas (US$ 2,521 bilhões) no mês passado. No mesmo período de 2013, o resultado foi uma saída líquida de US$ 2,068 bilhões.
O BC informou ainda que as despesas líquidas com juros externos somaram US$ 1,877 bilhão em janeiro. Em janeiro de 2012, o gasto com juros totalizara US$ 1,813 bilhão.
(Estadão)
21 de fevereiro de 2014
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