"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

ÁRABES DE ISRAEL: NÃO QUEREMOS VIVER EM UM ESTADO PALESTINO


          Internacional - Oriente Médio 
É muito mais fácil para os palestinos acusarem Israel de racismo do que admitirem que não querem ser parte de um Estado palestino.
“Esta é uma proposta imaginária que se relaciona com os árabes como se eles fossem peças de xadrez que podem ser movidas para lá e para cá, de acordo com a vontade dos jogadores” , disse Ahmed Tibi, membro do Knesset (o Parlamento de Israel).

Se os membros árabes do Knesset estão tão preocupados com a possibilidade de se tornarem cidadãos de um Estado palestino, eles deveriam trabalhar em direção à integração, e não à separação de Israel, e dar mais ouvidos aos seus constituintes do que às vozes do Fatah e do Hamas.

Novas conversações sobre trocas de terras [1] entre Israel e um futuro Estado palestino deixaram muitos árabes israelenses preocupados a respeito da perda do seu status como cidadãos de Israel.
 
De acordo com o diário israelense Ma'ariv, Israel propôs aos americanos transferir as comunidades árabes israelenses para a Autoridade Palestina como parte de uma troca de terras que colocaria os assentamentos judeus na Margem Ocidental sob a soberania israelense.
 
A proposta significa que cerca de 300 mil árabes israelenses teriam permissão para ficar em seus vilarejos na área do “triângulo” ao longo da fronteira com a Margem Ocidental. No entanto, esses cidadãos viveriam sob a jurisdição de um Estado palestino.
A nova-velha proposta foi fortemente rejeitada pelos líderes dos árabes israelenses [2], que expressaram irritação com relação à idéia.
 
Foi difícil encontrar pelo menos um árabe israelense que apoiasse a proposta publicamente.
“Esta é uma proposta imaginária que se relaciona com os árabes como se eles fossem peças de xadrez que podem ser movidas para lá e para cá, de acordo com a vontade dos jogadores”, disse Ahmed Tibi, membro do Knesset [3].
 
Outro membro árabe do Knesset, Afu Ighbarriyeh, disse: “Cidadãos de um Estado democrático não são instrumentos ou reféns nas mãos de seu governo”.[4]
Tanto Tibi quanto Ighbarriyeh são de cidades que ficam na área do triângulo: Taybeh e Umm al-Fahm.
 
Mas o que os membros árabes do Knesset não estão falando abertamente é que eles não querem acordar de manhã e descobrir que são cidadãos de um Estado palestino. É muito mais fácil para os palestinos acusarem Israel de racismo do que admitirem que não querem ser parte de um Estado palestino.
 
Um pesquisa de opinião realizada em novembro de 2007 pelo Centro Árabe de Pesquisa Social Aplicada verificou que mais de 70% dos árabes israelenses são contrários a qualquer proposta de anexar cidades e vilarejos da área do triângulo à Autoridade Palestina, em troca da anexação dos assentamentos a Israel.[5]
 
Outra pesquisa de opinião pública, realizada pelo Professor Sammy Smooha [6], da Universidade de Haifa, mostrou que três quartos dos árabes israelenses crêem que os representantes árabes deveriam tratar de questões do dia-a-dia em vez do conflito israelense-palestino.
 
Essa pesquisa também verificou que, pelos últimos dez anos, os árabes israelenses se tornaram mais extremos em suas visões com relação a Israel e sua maioria judia.
O Professor Smooha disse que os árabes israelenses estão interessados em receber os benefícios que o Estado lhes proporciona -- estabilidade, democracia, serviços, e assim por diante. A liderança árabe é mais crítica de Israel do que o público árabe, que é “muito mais pragmático do que seus líderes”, explicou ele.
 
O Knesset é composto por 120 membros, 12 dos quais são árabes. Alguns dos parlamentares árabes, nas duas últimas décadas, têm agido e falado de maneira a causar dano aos interesses dos 1,5 milhões de cidadãos árabes de Israel.
 
Eles são, em primeiro lugar e em maior intensidade, responsáveis por radicalizar um grande número de árabes israelenses e por fazê-los se voltar contra o Estado.
 
Esses parlamentares, na verdade, têm usado mais tempo defendendo os interesses dos palestinos na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza do que defendendo os interesses de seus eleitores.
 
Um membro do Knesset que se identifica abertamente com o Fatah ou com o Hamas ou com o Hezb'allah (Partido de Alá), é responsável pela situação de que, hoje, muitos judeus israelenses veem os árabes israelenses como uma “quinta coluna” e como “um inimigo de dentro”.
 
Esses membros do Knesset estão totalmente conscientes de que eles perderiam a maior parte de seus privilégios se estivessem debaixo da maioria dos regimes árabes -- razão pela qual eles são fortemente contrários à recente proposta.
 
Os palestinos possuem seu próprio parlamento na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza. Mas esse parlamento, conhecido como Conselho Legislativo Palestino, está paralisado desde que o Hamas tomou o controle da Faixa de Gaza, em 2007.
 
Na maioria dos países árabes, os membros do parlamento que ousarem criticar seus governantes frequentemente são confinados a seus lares ou ficam presos atrás das grades.
Se os membros árabes do Knesset estão tão preocupados com a possibilidade de se tornarem cidadãos de um Estado palestino, eles deveriam trabalhar em direção à integração, e não à separação de Israel. Os parlamentares árabes precisam ouvir mais o que seus constituintes estão lhes dizendo do que ao Fatah e ao Hamas.
(Khaled Abu Toameh -- www.gatestoneinstitute.org)

Notas:


Khaled Abu Toameh,
um muçulmano árabe, é jornalista veterano, vencedor de prêmios, que vem dando cobertura jornalística aos problemas palestinos por aproximadamente três décadas. Estudou na Universidade Hebraica e começou sua carreira como repórter trabalhando para um jornal afiliado à Organização Para a Libertação da Palestina (OLP), em Jerusalém. Toameh trabalha atualmente para a mídia internacional, servindo como “olhos e ouvidos” de jornalistas estrangeiros na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza.

Os artigos de Abu Toameh têm aparecido em inúmeros jornais em todo o mundo, inclusive no Wall Street Journal, no US News & World Report e no Sunday Times de Londres. Desde 2002, tem escrito sobre os problemas palestinos para o jornal Jerusalem Post. Toameh também é produtor e consultor da NBC News desde 1989.

21 de fevereiro de 2014
Khaled Abu Toameh
Publicado na revista Notícias de Israel - http://www.beth-shalom.com.br/

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