Rolezinho terá de sair dos shoppings e ganhar as ruas
O chamado rolezinho é um subproduto das manifestações do ano passado, que agora só tendem a se intensificar. É claro que os jovens e seus seguidores vão continuar se manifestando contra os principais problemas nacionais – educação, saúde, segurança e emprego.
Nada mais faziam do que reivindicar direitos que lhes são garantidos pela Constituição mas na prática inexistem. E exigiam o famoso “Padrão Fifa”, na certeza de que um país que pode realizar o maior evento mundial nesse alto nível, certamente é capaz também de oferecer serviços de qualidade à sua população.
No ano passado, as centrais sindicais, orientadas diretamente por Lula, tentaram pegar uma carona e criaram o Dia Nacional de Luta, em 11 de julho, mas foi um enorme fracasso, mostrando que o movimento das ruas era de real oposição ao governo e não aceita imitações.
Mas as manifestações acabaram desvirtuadas pelo grupos de black blocs, que radicalizaram o movimento o transformaram num simples quebra-quebra, com inevitáveis choques com a polícia.
Agora, surge o rolezinho, sob proteção do espaço aparentemente livre e protegido dos shopping centers, onde não havia policiamento ostensivo. Mas é claro que essa estratégia não vai dar certo. As manifestações dos jovens ferem o direito ao livre comércio e até mesmo o direito de ir e vir, que tem de ser garantido a todos os cidadãos.
SHOPPING FECHADO
O Shopping Leblon não funcionou este domingo, devido ao rolezinho convocado nas redes sociais pelo grupo que se intitula Porque eu quis”. O fechamento foi determinado pelos lojistas, embora houvesse uma decisão judicial proibindo o rolezinho. O despacho da juíza Isabela Pessanha Chagas, da 14ª Vara Cível, estabelecia uma multa de R$ 10 mil a cada pessoa que desobedecesse a decisão. Mas quem pode confiar na Justiça no Brasil de hoje?
O certo é que não há como defender o rolezinho, sob argumento de que se trata de jovens de classe média baixa que estão sendo marginalizados. Por óbvio, o local não é apropriado. E o ajuntamento passa a a representar ameaça à segurança dos demais visitantes e dos próprios lojistas.
Só é admissível esse tipo de manifestação se ocorrer em áreas livres, de preferência praças e parques públicos. Caso contrário, os choques com a polícia serão novamente inevitáveis. Com a aproximação da Copa do Mundo, a tendência é de que os protestos aumentem progressivamente. Uma lição para determinados governantes como Sérgio Cabral e Eduardo Paes, que só pensam em se promover e desprezam o verdadeiro interesse público. E ninguém sabe aonde isso pode parar.
19 de janeiro de 2014
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