"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 19 de janeiro de 2014

DIANTE DE SHOPPING FECHADO NO RIO, GRUPO DO ROLEZINHO FAZ PROTESTO CONTRA "PRECONCEITO"

 

 

 
Rio de Janeiro – Apesar de o Shopping Leblon ter fechado, algumas pessoas apareceram para o rolezinho marcado hoje (19) no local. O número de participantes, no entanto, foi inferior ao de jornalistas.

Mas a presença do pequeno grupo chamou atenção dos moradores do bairro e dos clientes desavisados que foram às compras. O shopping não abriu este domingo para evitar o rolezinho.

Do lado de fora, cerca de 30 pessoas fizeram perfomances, ao som de funk, contra o racismo e a exclusão social no país. Fantasiado de Batman, Heron Morais Melo criticou a falta de igualdade de oportunidades entre “ricos e brancos” e “negros e pobres”.

“Essa porta fechada [do shopping] é o melhor símbolo da desigualdade no nosso país. Quem não é da parte da elite, só encontra isso”, disse Heron, morador de Marechal Hermes, na zona norte.
Em uma performance para satirizar “madames que frequentam o shopping com menor número de pobres da cidade”, um participante, que não quis se identificar, disse: “Não vim para protesto, vim às compras! Pobre já aguento lá em casa, lavando, passando, levando meus filhos na escola”, como crítica ao preconceito.

Para o estudante de letras e integrante da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (Anel), Gabriel Melo, o rolezinho é derivado das manifestações de junho de 2013. “Quando um grupo de estudantes de universidades e escolas privadas vão para a praça de alimentação e bota música alta é uma coisa, mas quando esse grupo é de jovens negros o tratamento dado pelo shopping, lojistas e segurança é outro: fecham as portas e põem para fora”, disse.

POLICIAMENTO

Apesar de a Secretaria de Segurança Pública ter informado que não reforçaria o policiamento, dezenas de policiais estavam próximos ao shopping. Seguranças particulares não identificados também estavam no local.

O Shopping Leblon cercou, com tapumes, toda a entrada de vidro localizada na Avenida Afrânio de Melo Franco. Foram colocados cartazes avisando os clientes de que o centro comercial foi fechado para “garantir a segurança”. O Shopping Rio Design Leblon, que fica do outro lado da rua, também fechou as portas, para evitar o rolezinho. Cerca de 9 mil pessoas haviam confirmado presença no ato por meio da redes sociais.

Do lado de fora, trabalhadores e lojistas criticaram o rolezinho. Para a dona de uma loja, que preferiu não se identificar, o shopping “é um espaço de lazer privado”. “Manifestação tem que ser na porta da prefeitura, não aqui”.

19 de janeiro de 2014
Isabela Vieira
Agência Brasil

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