"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

DISCUSSÃO SOBRE O ACIDENTE QUE MATOU JK AINDA TÊM VERSÕES DIFERENTES

As três gerações de peritos que analisaram as circunstâncias da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek em um acidente de carro em 22 de agosto de 1976 não têm a menor dúvida sobre o que aconteceu naquele fim de tarde de domingo no então km 165 da Via Dutra. Todos eles afirmam, categoricamente, que a tragédia foi resultado de uma batida de trânsito comum, em que o Opala dirigido pelo motorista do ex-presidente, Geraldo Ribeiro, perdeu o controle e atravessou o canteiro central da pista após ser atingido, de leve, por um ônibus da Viação Cometa.

O carro acabou colidindo com um caminhão no sentido contrário. Na última terça-feira, a Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo aprovou um documento com 90 pontos com supostos indícios de que houve o falecimento do ex-presidente foi resultado de uma conspiração dos militares, a terceira investigação concluída sobre o caso.

Os peritos que prepararam os laudos na época do acidente ganharam o respaldo de quatro outros profissionais que fizeram a exumação do corpo de Geraldo, em 1996, e de dois peritos que auxiliaram os trabalhos de uma comissão especial criada no Congresso para investigar as causas da morte de JK, em 2001. O colegiado foi presidido pelo então deputado Paulo Octávio, casado com Anna Christina Kubitschek, neta do ex-presidente.

Sem acreditar que a morte do ex-presidente foi consequência de uma batida de carro comum, o ex-secretário de JK Serafim Jardim, autor do livro Juscelino Kubitschek — onde está a verdade?, pediu a exumação do corpo de Geraldo em 1996, após a morte de Dona Sarah Kubitschek. Uma das versões, até hoje não comprovada, é de que o motorista levou um tiro na cabeça e, por isso, perdeu o controle do carro e bateu em um caminhão. O tiro teria partido de um veículo Caravan, que emparelhou com o Opala na pista. Porém, a perícia feita nos anos 1990, em um trabalho assinado por quatro profissionais, derruba essa tese.

De acordo com o médico legista Márcio Alberto Cardoso, um dos responsáveis pelos serviços, as fotos mostram intacto o crânio de Geraldo, assim que é tirado da urna no cemitério de Belo Horizonte. “Há imagens publicadas, inclusive, na imprensa. Não havia perfurações ou fratura no crânio dele. O que achamos foi um prego, que chamamos de cravo, usado para fixar estrutura de pano nos caixões. Fizemos todos os testes para chegar a essa conclusão. Não tenho a menor dúvida do que fizemos”, afirma.

16 de dezembro de 2013
Leandro Kleber
Correio Braziliense

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