Prioridades são propostas claras, atrair setores identificados com Marina e aumentar presença de Aécio na mídia
BRASÍLIA — Diante da aceleração da campanha eleitoral de 2014, um grupo restrito das cúpulas do PSDB e do DEM reuniu-se na noite de quarta-feira, em um jantar em Brasília, e delineou três linhas de atuação da oposição nos próximos meses: a montagem de uma equipe para formatar um conjunto de propostas claras para o país; a busca por um maior diálogo com setores da sociedade que se identificavam com a candidatura de Marina Silva; e uma presença maior do presidenciável Aécio Neves na mídia, atuando em todos os debates importantes do noticiário político.
— A Dilma trabalha diariamente com orientação de marketing. Por isso, a partir de agora, o Aécio precisa estar mais opinativo no dia a dia — explicou um dos comensais.
O jantar ocorreu no apartamento de Aécio e teve como participantes, além do presidenciável, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), o presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), e os líderes do PSDB na Câmara e no Senado, Carlos Sampaio (SP) e Aloysio Nunes Ferreira (SP).
Segundo relatos, o clima do encontro foi de ânimo, inclusive com as pesquisas recentes, pelo fato de Aécio ter crescido mais que Eduardo Campos, apesar de o pré-candidato do PSB ter tido enorme exposição de mídia na semana anterior.
Atração de eleitorado de Marina será cautelosa
A avaliação do grupo de tucanos e do DEM é que o eleitorado de Marina não se transferirá automaticamente para Campos pela filiação da ex-senadora ao PSB. Por isso, os presentes ao jantar defenderam que Aécio busque formas de construir um discurso para conquistar parte desse eleitorado.
— A Marina cumpre fundamentalmente o papel de antipolítica. Na medida em que migra para um projeto claramente político, seu eleitorado fica solto. A ideia é buscar formas de se conectar com ele, de oferecer espaço para esse grupo na campanha — contou outro participante do jantar.
A tática de buscar votos dos eleitores da ex-senadora será feita na medida para evitar novos atritos com o governador Eduardo Campos, como os da semana passada sobre os palanques duplos. Aécio e Campos conversaram na sexta-feira e concordaram que, neste momento, a disputa entre os dois só interessa à presidente Dilma e ao PT.
Uma das decisões do grupo de tucanos e aliados do DEM, que já havia sido defendida na manhã de quarta-feira, durante reunião de Aécio com toda a bancada de deputados, é que seja montada uma equipe para elaborar as linhas básicas de um programa de governo do PSDB para o país. Segundo tucanos, a ideia é preparar cerca de 10 grandes propostas para áreas diversas, a começar pela economia e pelas políticas sociais.
A presença de dois dos mais importantes dirigentes do DEM no encontro deixa claro que, apesar das rusgas com os tucanos, a tendência mais forte hoje ainda é que haja uma aliança formal entre as siglas — a despeito do ensaio de uma candidatura presidencial do deputado Ronaldo Caiado (GO), alimentado pela bancada ruralista.
Além da consolidação do acordo com o DEM e com o recém-criado Solidariedade, os tucanos também conversaram sobre a necessidade de também garantir nos próximos meses uma aliança com PPS e PV.
No campo prático e imediato, além de falar mais sobre os assuntos em pauta, Aécio Neves deve retomar esta semana suas viagens pelo país, mantendo como grande prioridade visitas ao interior de São Paulo. A expectativa é que nos próximos dias ele vá a duas cidades do interior do estado.
Até o fim de novembro, Aécio participará de três grandes encontros do PSDB: um evento estadual do diretório gaúcho, em São Leopoldo, e dois encontros regionais que o partido está organizando para reunir seus filiados. O primeiro será o da Região Norte, marcado para o início de novembro, em Manaus, e o outro será o da Região Centro-Oeste, no fim do mesmo mês, em Goiânia (GO)
— A Dilma trabalha diariamente com orientação de marketing. Por isso, a partir de agora, o Aécio precisa estar mais opinativo no dia a dia — explicou um dos comensais.
O jantar ocorreu no apartamento de Aécio e teve como participantes, além do presidenciável, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), o presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), e os líderes do PSDB na Câmara e no Senado, Carlos Sampaio (SP) e Aloysio Nunes Ferreira (SP).
Segundo relatos, o clima do encontro foi de ânimo, inclusive com as pesquisas recentes, pelo fato de Aécio ter crescido mais que Eduardo Campos, apesar de o pré-candidato do PSB ter tido enorme exposição de mídia na semana anterior.
Atração de eleitorado de Marina será cautelosa
A avaliação do grupo de tucanos e do DEM é que o eleitorado de Marina não se transferirá automaticamente para Campos pela filiação da ex-senadora ao PSB. Por isso, os presentes ao jantar defenderam que Aécio busque formas de construir um discurso para conquistar parte desse eleitorado.
— A Marina cumpre fundamentalmente o papel de antipolítica. Na medida em que migra para um projeto claramente político, seu eleitorado fica solto. A ideia é buscar formas de se conectar com ele, de oferecer espaço para esse grupo na campanha — contou outro participante do jantar.
A tática de buscar votos dos eleitores da ex-senadora será feita na medida para evitar novos atritos com o governador Eduardo Campos, como os da semana passada sobre os palanques duplos. Aécio e Campos conversaram na sexta-feira e concordaram que, neste momento, a disputa entre os dois só interessa à presidente Dilma e ao PT.
Uma das decisões do grupo de tucanos e aliados do DEM, que já havia sido defendida na manhã de quarta-feira, durante reunião de Aécio com toda a bancada de deputados, é que seja montada uma equipe para elaborar as linhas básicas de um programa de governo do PSDB para o país. Segundo tucanos, a ideia é preparar cerca de 10 grandes propostas para áreas diversas, a começar pela economia e pelas políticas sociais.
A presença de dois dos mais importantes dirigentes do DEM no encontro deixa claro que, apesar das rusgas com os tucanos, a tendência mais forte hoje ainda é que haja uma aliança formal entre as siglas — a despeito do ensaio de uma candidatura presidencial do deputado Ronaldo Caiado (GO), alimentado pela bancada ruralista.
Além da consolidação do acordo com o DEM e com o recém-criado Solidariedade, os tucanos também conversaram sobre a necessidade de também garantir nos próximos meses uma aliança com PPS e PV.
No campo prático e imediato, além de falar mais sobre os assuntos em pauta, Aécio Neves deve retomar esta semana suas viagens pelo país, mantendo como grande prioridade visitas ao interior de São Paulo. A expectativa é que nos próximos dias ele vá a duas cidades do interior do estado.
Até o fim de novembro, Aécio participará de três grandes encontros do PSDB: um evento estadual do diretório gaúcho, em São Leopoldo, e dois encontros regionais que o partido está organizando para reunir seus filiados. O primeiro será o da Região Norte, marcado para o início de novembro, em Manaus, e o outro será o da Região Centro-Oeste, no fim do mesmo mês, em Goiânia (GO)
20 de outubro de 2013
Paulo Celso Pereira, O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário