Em editorial intitulado “Bolsonaro precisa dizer de que lado está”, publicado nesta quarta-feira (8), o jornal O Globo faz uma ampla defesa dos militares, principalmente do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto Santos Cruz, que está sendo criticado por declarações controversas sobre as redes sociais.
O jornal inicia o texto afirmando que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) está no comando de uma “milícia digital bolsonarista” que tem o filósofo Olavo de Carvalho como “na condição de inspirador-mor”:
“Com o ’02’, Carlos, no comando, uma milícia digital bolsonarista ataca quem o grupo considere ameaça ao atingimento de algum objetivo, com o ideólogo Olavo de Carvalho na condição de inspirador-mor.”
O editorial de O Globo acrescenta que “hoje está claro que existe um bolsão de extrema direita ávido por poder atrás das cortinas da atuação do grupo”.
Ainda segundo o jornal, o ministro da Secretaria de Governo está sendo alvo de “uma operação típica de criação de fake news”:
“Tiraram de contexto uma frase sensata do ministro sobre o uso das redes sociais por grupos ideologicamente extremados e espalharam que ele deseja censurá-las. Um despropósito.”
Como você viu na RENOVA, durante uma entrevista à jornalista Vera Magalhães, da Jovem Pan, durante visita a Boston, nos Estados Unidos, no dia 5 de abril, Santos Cruz declarou:
“[A rede social] tem que ser utilizada com muito cuidado, para evitar distorções, e que vire arma nas mãos dos grupos radicais, sejam eles de uma ponta ou de outra. Tem de ser disciplinado, até a legislação tem de ser aprimorada, e as pessoas de bom senso têm de atuar mais para chamar as pessoas à consciência de que a gente precisa dialogar mais, e não brigar.”
O comentário do ministro do governo Bolsonaro gerou uma intensa repercussão negativa nas redes sociais. A velha imprensa rotula estas críticas ao general como “ataques”.
O jornal finaliza seu editorial exigindo que o presidente da República, Jair Bolsonaro, dê as costas a Olavo e defina de que lado está:
“Não é mais possível Bolsonaro continuar no jogo de tentar se manter distante de absurdos que partem da própria família, sem defender seus auxiliares. O presidente, na verdade, tem de estar na defesa do governo, por óbvio, e num momento grave em que assuntos de extrema relevância tramitam no Congresso, como a reforma da Previdência.
Bolsonaro sequer respondeu à nota ignóbil de Olavo na devida altura. E ainda elogiou o ideólogo, chamando-o de ‘ícone’, mesmo depois do ataque vil feito a Villas Bôas. Outra atitude reprovável. Bolsonaro precisa definir de que lado está.”
08 de maio de 2019
renova mídia
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