"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

PÂNICO NAS RUAS DO RIO, COM 81% DA POPULAÇÃO CONDENANDO O GOVERNO PEZÃO

Resultado de imagem para medo nas ruas do rio
Charge do Ique (ique.com.br)
O título está inspirado em filme famoso de Elia Kazan de 1950 e a situação se compara ao panorama atual que atinge a cidade do Rio de Janeiro, a qual de acordo com pesquisa do Datafolha, publicada ontem pela Folha de São Paulo, acentua que mais de 70% dos moradores da cidade desejam sair do Rio por causa da insegurança. A reportagem sobre a pesquisa é de Júlia Barbon e Marina Estarque. Os números comprovam a sensação coletiva. Não há dia no Rio em que não haja um tiroteio em comunidades dominadas pelo tráfico de drogas. Neste sábado, por exemplo, no alvorecer houve cerrado tiroteio no Morro do Cantagalo, Ipanema, e também nos morros dos Macacos e São João, na zona norte.
Se tivesse em condição para tal, 72% dos cariocas se mudariam do Rio por causa da violência. 1/3 alteraria sua rotina, recolhendo-se mais cedo a seus domicílios. O medo de sair a noite perturba 78%. O governador Pezão, que não consegue sequer pagar em dia ao funcionalismo estadual, atinge uma reprovação na escala de 80%, somente superada pela rejeição ao Presidente Michel Temer. O Datafolha acentua que os tiroteios foram percebidos com preocupação por 67% dos moradores da cidade. O medo e a insegurança vêm sufocando a cidade inteira.
APLICATIVO – A crise chegou a um ponto de ter-se consolidado um aplicativo que registra, segundo a engenheira Carolina Rodrigues, citada na matéria da Folha, a  ocorrência dos confrontos armados em comunidades marcados pela disputa pelo comércio de drogas.  O aplicativo previne a movimentação nas áreas de risco que se revesam todos os dias.
E 83% dos moradores do Rio são favoráveis a atuação dos militares no combate a violência. É lógica esta visão,  sobretudo porque , no caso da Rocinha, o governador afirmou que deu ordem à PM para não intervir, pois se tratava de luta de bandos pelo espaço do tráfico. Na ocasião, o governador Fernando Pezão esqueceu-se do risco que ameaçava a população local, vítima do fogo cruzado.
Na medida em que o governador anuncia publicamente haver determinado uma atitude de omissão policial em torno de uma batalha urbana, assim agindo decretou a falência da autoridade. Simplesmente porque a autoridade e a segurança têm que estar presentes para impedir conflitos capazes de fazer vítimas mortais entre os inocentes sitiados nas curvas  de São Conrado.
ALHEAMENTO – Aliás, o governador Pezão coloca-se sempre numa posição que o distancia da sua própria responsabilidade e de sua própria visão dos fatos. A revista Veja que se encontra nas bancas destaca uma frase que proferiu diante do juiz Marcelo Bretas a respeito de Sérgio Cabral. Luiz Fernando Pezão. Depondo como testemunha de defesa de seu antecessor, o atual governador disse achar excessiva a condenação de Cabral a 45 anos de prisão.
Portanto, Pezão não defendeu seu antigo companheiro de chapa; ao dizer que achava a pena muito grande, tacitamente concordou com a condenação, somente pedido uma pena menor. Claro. No fundo concordou com a prática de crime por parte de seu antecessor. Armadilhas da linguagem  que terminam esclarecendo pensamentos menos ocultos.
Pensamentos menos ocultos, porém no caso da violência são definições absolutamente concretas, reveladas pela pesquisa do Datafolha e pelas jornalista Julia Barrom e Marina Estaque. Os 7 milhões de habitantes do Rio assinam embaixo. A cidade vive um tempo de pânico. A sensação  está nas ruas.

10 de outubro de 2017
Pedro do Coutto

Nenhum comentário:

Postar um comentário