Documento da Receita Federal mostra que, no primeiro ano de funcionamento do Instituto Lula, em 2011, apenas empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobras compõem o grupo de grandes doadores à entidade – com repasses de mais de R$ 1 milhão. Juntas, Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão deram R$ 3,7 milhões para o instituto, que declarou R$ 4 milhões de receita naquele ano.
Três anos após o início do funcionamento do Instituto, as doações à entidade cresceram para R$ 14,9 milhões. Somados os quatro anos, foram R$ 34,9 milhões recebidos em doações e subvenções e/ou contribuições de associados. Além de bancos, outras empresas passaram a doar para o Instituto Lula entre 2013 e 2014, como o grupo J&F, dos irmão Joesley e Wesley Batista.
INQUÉRITO – As doações para a entidade e os pagamentos por palestras do petista via empresa Lils Palestras e Eventos, aberta por ele em 2011, após deixar a Presidência, são alvo de um inquérito específico. Os auditores da Receita no Paraná fizeram, ainda, uma análise dos principais doadores da entidade, que, juntos, repassaram R$ 26 milhões nos quatro anos de atividades analisados. A pesquisa foi produzida com base nas quebras de sigilos decretadas pelo juiz federal Sergio Moro, em 2015, que tinham como alvo Lula e seus negócios.
O documento foi anexado ao processo em que Lula foi condenado, do triplex no Guarujá, e também instrui a ação que deve ser julgada por Moro antes do final do ano sobre a compra do terreno para o Instituto Lula e o apartamento em São Bernardo do Campo.
FHC E SARNEY… – Paulo Okamotto, presidente da entidade, afirma, por meio de sua defesa, que todas as doações e gastos do institutos são legais “e também doaram e contrataram Fernando Henrique Cardoso”, ex-presidente da República, do PSDB.
“Podem procurar nos institutos de José Sarney, Itamar Franco e outros ex-presidentes que devem achar as mesmas empresas”, afirma o criminalista Fernando Augusto Fernandes, que defende Okamotto.
O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, também se manifestou: “A tentativa de criminalizar o recebimento de doações legais para o Instituto Lula, retratadas em recibos, parece ser a nova onda da perseguição da Lava Jato contra o ex-presidente Lula”.
APARTAMENTO VIZINHO – Antes de ser adquirido pelo engenheiro Glaucos da Costamarques, o apartamento 121 do edifício Hill House, em São Bernardo do Campo, pertenceu a uma família que o alugou para o PT, no primeiro mandato de Lula, e para a Presidência da República, durante a segunda gestão do petista. Entre 2008 e janeiro de 2011, o governo gastou R$ 191.591,24 com o pagamento de alugueis e condomínio da unidade 121.
O apartamento é um dos alicerces da segunda denúncia do Ministério Público Federal, do Paraná, contra o petista. O imóvel teria sido adquirido pela empreiteira Odebrecht, por meio de Glaucos da Costamarques – suposto laranja do ex-presidente no negócio –, como forma de propina da Odebrecht a Lula, réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O próprio Lula se encarregou de bagunçar a contabilidade do Instituto. A matéria acrescenta que, entre 2012 e 2014, por exemplo, a empresa G4 Entretenimento, de Fábio Luiz, o “Lulinha”, filho mais velho do ex-presidente, recebeu cerca de R$ 1,4 milhão do Instituto Lula, segundo o levantamento da Receita anexado ao inquérito. É o chamado “batom na cueca”. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O próprio Lula se encarregou de bagunçar a contabilidade do Instituto. A matéria acrescenta que, entre 2012 e 2014, por exemplo, a empresa G4 Entretenimento, de Fábio Luiz, o “Lulinha”, filho mais velho do ex-presidente, recebeu cerca de R$ 1,4 milhão do Instituto Lula, segundo o levantamento da Receita anexado ao inquérito. É o chamado “batom na cueca”. (C.N.)
10 de outubro de 2017
Deu em O Tempo
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