O ministro Henrique Meirelles – reportagem de Chico Prado, edição de quinta-feira, O Globo – afirmou que a economia do Brasil deve crescer este ano na realidade um pouco abaixo de 0,5%. Não é crescimento. É retração, porque a avaliação do nível econômico exige um confronto com o índice demográfico, e Henrique Meirelles sabe muito bem disto,
Por exemplo: vamos dizer que o crescimento do Produto Increscimento terno Bruto de 2017 seja de 0,5%. Mas a população brasileira cresce à velocidade de 1% a cada 12 meses. A taxa de natalidade está em torno de 1,7%. A de mortalidade é praticamente de 0,7%, ou seja, anualmente, de cada mil pessoas morrem 7 no Brasil. O crescimento populacional, portanto, é de 1%, o dobro do aumento do PIB projetado para o mesmo período.
NOVA RETRAÇÃO – A comparação quer dizer que o PIB brasileiro per capita vai diminuir. Assim sendo, não haverá na verdade avanço econômico. Pelo contrário. Ocorrerá perda concreta. O PIB per capita é um detalhe importante, porém o índice mais significativo ainda é o crescimento da renda per capita, que de forma alguma está ocorrendo no país.
Nada mais concentrador de renda do que a corrupção. A esse propósito, deve se assinalar que processo de corrupção institucionalizada teve consolidação no governo Lula, prosseguiu na administração Dilma Rousseff e não diminuiu no curto espaço de tempo em que Michel Temer ocupa a presidência da República.
A contradição de Lula e do PT é que seu projeto de poder partiu de uma mensagem reformista, iludiu o povo, e se transformou em conservador. Michel Temer é um conservador por natureza. Entretanto o poder ameaça escapar-lhe das mãos.
###
RAQUEL DODGE, NA VISÃO DE MIRIAM LEITÃO
RAQUEL DODGE, NA VISÃO DE MIRIAM LEITÃO
Em artigo assinado na terceira página de O Globo desta quinta feira, a jornalista Mirian Leitão destaca que a carreira da procuradora Raquel Dodge, escolhida por Michel Temer para suceder Rodrigo Janot a partir de 17 de setembro, é marcada pela luta que ao longo de sua vida travou e trava contra a corrupção. Mirian Leitão, no seu evangelho, apresenta fatos concretos do combate que a procuradora desenvolveu através do tempo contra a improbidade administrativa.
Ressalta a denúncia que formalizou contra o governador de Brasília, José Roberto Arruda, cujo desfecho foi o afastamento do chefe do Executivo de Brasília.
Mirian Leitão apresentou outros fatos, um deles a atuação de Raquel Dodge contra o trabalho escravo que resiste no país mais de um século depois da abolição.
Essa apresentação acrescenta bastante para elucidar que o comportamento da futura Procuradora Geral não será de omissão, muito menos de conivência.
Aliás, nem poderia ser de outra forma. O processo contra Michel Temer foi apresentado por Rodrigo Janot. Temer talvez tenha esquecido que Janot fica na PGR até setembro e está deixando traçado um caminho que não permite retrocessos.
30 de junho de 2017
Pedro do Coutto
Nenhum comentário:
Postar um comentário