"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

CHEGAMOS A ISSO...

Acredite se quiser, a Odebrecht redigiu emendas às MPs apresentadas por Jucá

Charge do Brito (Humor Político)
Em depoimentos à força-tarefa da Operação Lava-Jato, o lobista da Odebrecht Claudio Melo Filho afirmou que pagou propina ao líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), para que matérias de interesse da empresa fossem aprovadas. O executivo disse que houve quatro propostas de interferências da companhia. Numa das medidas provisórias que transitaram no Senado, a empresa chegou a escrever as emendas que deveriam ser colocadas por Jucá no texto. Pela ajuda constante, o político era chamado de “O Resolvedor”.
No depoimento ao Ministério Público Federal, Claudio Melo Filho disse que durante a tramitação da MP 651, que dava estímulos às empresas abaladas pela crise, quatro emendas foram apresentadas pela Odebrecht a Jucá.
SERIA RELATOR – “Foram levadas a ele, a pedido da empresa do grupo, algumas emendas e que foram por ele apresentadas. Mais precisamente a 259, 262, 271 e 272” —detalhou. “A gente entregava as notas técnicas e fazia essa discussão”.
Segundo o delator, Jucá tinha a ideia de ser relator dessa matéria, mas acabou sendo o presidente da comissão que analisou a matéria. Questionado se houve algum pagamento de vantagem indevida, ele respondeu:
“No ano de 2014, o senador não era candidato a nenhum cargo eletivo, mas em determinado momento, ele me disse que o filho dele era candidato a vice-governador do estado de Roraima…” — nesse momento o vídeo disponibilizado pelo Supremo Tribunal Federal é cortado.
PACOTE DE BONDADES – Além da MP apelidada de “Pacote de Bondades”, Claudio Melo Filho cita ainda a MP da “Guerra dos Portos”, sem detalhar o número. Ele diz que na tramitação dessa matéria, foi a primeira vez em que negociou vantagem indevida vinculada à aprovação da proposta. Até então, havia apenas doação de campanha.
“O senador Romero Jucá em algumas oportunidades dizia que os temas de discussão que a gente estava tendo, ao ele fazer a defesa certamente teria uma simpatia e a defesa do senador Renan Calheiros. Mas eu não tratei esse assunto com o senador Renan Calheiros” – ressalvou.
Ele conta ainda que, a partir da entrada de Marcelo Odebrecht no comando da empresa, a equipe de Brasília passou a fazer um acompanhamento mais intenso de tramitação de MPs. No entanto, ressaltou que havia corrupção antes disso.
OS BAIANOS – Citou rapidamente que houve pedidos de políticos baianos como Geddel Vieira Lima e Jaques Wagner. Não detalhou, entretanto, as negociatas. E disse que a Lava-Jato é importante para tentar alterar a realidade de como se faz política.
“A gente está tentando realmente mudar esse jogo”, resumiu.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É preciso ressalvar que o tal jogo está mudando, mas é exclusivamente com base no esforço inaudito dessa nova geração da Procuradoria da República, da Polícia Federal, da Receita e da Justiça Federal, que atuam em conjunto harmonioso. Se depender do resto, tudo se complica. No Supremo, por exemplo, os inquéritos e processos tendem a se perpetuar, até a prescrição. E os ministros, incluindo a presidente Cármen Lúcia, não demonstram o menor empenho em acelerar os trabalhos, com exceção de Luis Roberto Barroso, que parece estar clamando no deserto, como se dizia outrora. (C.N.)

14 de abril de 2017
Gabriela ValenteO Globo

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