Esta semana o Senado deve definir os presidentes das diversas comissões técnicas da casa. A principal é a Comissão de Constituição e Justiça, tanto pela importância política quanto pela obrigação de opinar sobre a aceitação das denúncias sobre os implicados na lista da Odebrecht, apresentada pelos seus delatores. A CCJ poderá aceitar os depoimentos dos 77 diretores e ex-diretores da empreiteira, inculpando perto de 200 políticos e parlamentares acusados de corrupção, ou descartar boa parte deles, tentando livrá-los das punições aguardadas.
Três são os candidatos a presidir a CCJ: Edison Lobão, Marta Suplicy e Raimundo Lira, todos do PMDB. O senador pelo Maranhão faz parte da lista da Odebrecht e tem tido seu nome como envolvido nas trapalhadas ora investigadas. A representante de São Paulo busca um lugar ao sol em plena noite, e o paraibano surge como imune a influências pouco éticas.
Qualquer dos três poderá definir o rumo das investigações que levarão ao sucesso ou ao malogro da operação Lava Jato. A maioria do Senado poderá contribuir para a luta pelo restabelecimento da moralidade no Congresso ou erigir barreiras contra o combate à corrupção.
Permitir que parlamentares envolvidos no Caixa Dois, por exemplo, sejam transformados em réus e submetidos a processos levados à condenação, é um caminho. Decidir que não cometeram faltas dignas de perda de mandatos, outro.
Quem quiser que opine, mas o país está diante de uma encruzilhada fundamental para o seu desenvolvimento. O lobo mau, a chapeuzinho vermelho e o caçador decidirão sobre a sorte da vovozinha indefesa.
06 de fevereiro de 2017
Carlos Chagas
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