Segunda-feira, desde tempos imemoriais, costume ser de ausências no Senado. Outros dias da semana, também. Pois no último dia 6 houve uma exceção. Ou melhor, três. Mesmo com o plenário vazio, para não fugir à regra, discursaram Roberto Requião, Gleisi Hoffmann e José Reguffe. Três pronunciamentos de peso.
Não reproduziremos seu conteúdo, para aguçar a curiosidade do leitor capaz de recorrer ao Diário do Congresso ou à internet, registrando apenas que Requião expôs o governo Michel Temer de forma cruel, demonstrando o retrocesso social, político e econômico em que o atual presidente mergulhou o país. Gleisi dedicou-se a abordar o domínio das elites e de seus interesses, de tabela fazendo votos pela volta do Lula. E Reguffe elencou o mal que o governador de Brasília vem trazendo à capital federal.
A performance dos dois senadores pelo Paraná e do senador pelo Distrito Federal revela que nem tudo está perdido, no Congresso.
O NOVO MINISTRO – O presidente Temer encontra-se diante de uma encruzilhada: escolher um político ou um jurista para ministro da Justiça. Já tivemos bons e maus juristas, competentes e incompetentes políticos, na pasta.
Qualquer que venha, no entanto, terá um obstáculo a mais: o presidente. Porque jurista e político, é o próprio Temer. Não poderá, por isso, nomear alguém fora de seu circulo de amizades. Precisará fixar-se em alguém capaz de receber sua orientação sem magoar-se nem se julgar diminuído quando seus palpites estiverem um ponto acima do limite.
Outra necessidade refere-se à delimitação de espaços com os demais ministros. Alguém tirado da cúpula do PMDB, PSDB e outros partidos baterá de frente com o chefe da Casa Civil e com o novo ministro da Coordenação Política. Saído de um tribunal, esbarrará no Procurador-Geral da República e na Advogada-Geral da União.
Quanto ao ex-ministro Alexandre de Moraes, dependerá exclusivamente dele não atritar-se com algum colega do Supremo.
08 de fevereiro de 2016
Carlos Chagas
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