"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

APÓS PEDIR LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS E LIBERTAÇÃO DE PRESOS FHC DEFENDE CUSPARADA DE JEAN WILLYS

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda bastante influente no PSDB e em determinados setores da imprensa, continua a se mostrar uma pessoa desconectada da população brasileira, seus valores e prioridades.
Duas semanas após defender a legalização de todas as drogas e a libertação de traficantes (leiam aqui), agora o ex-presidente usou suas redes sociais para defender que Jean Willys não seja punido por ter cuspido em Jair Bolsonaro.

Vejam a postagem do ex-presidente em sua página no Facebook:

Minha formação democrática e republicana levou-me a ser cuidadoso com quaisquer restrições a direitos, à liberdade e às decisões populares. Mesmo recentemente, quando se discutiu um impeachment, fui restritivo até ver que as condições legais e a vontade popular levavam a ele. O mesmo fiz quando se cogitou de impeachment no mandato do presidente anterior, a que me opus. Havendo sido testemunha, décadas atrás, das violências que foram praticadas contra parlamentares eleitos pela legenda do PCB, toda vez que surge uma proposta de fazer cessar o exercício de mandatos populares, sou restritivo e trato de me opor.

Recordo que no exercício da Presidência da República houve um deputado que, da tribuna, propôs meu fuzilamento, por discordar de decisões minhas e de minha orientação política. Jamais incentivei qualquer tentativa de restringir sua ação ou cassar seu mandato, nem mesmo tomei qualquer providência jurídica eventualmente cabível.

Com idêntica motivação me oponho a que se procure cassar o mandato do deputado Jean Wyllys, que não é de meu partido e que em seu blog faz críticas ocasionais a mim que considero injustas.

Uma coisa nada tem a ver com a outra. A opinião em uma democracia deve ser livre, mesmo quando os fundamentos para ela possam parecer equivocados na visão de outrem. No caso do deputado em questão, trata-se de figura pública que assume posições desassombradas, sobretudo no âmbito cultural-moral, firme atuação nas questões ligadas à população LGBT e defende com ardor posições minoritárias.

Eventuais excessos verbais ou gestuais cometidos - se é que existiram – devem ser resolvidos no âmbito parlamentar, com a supressão de referências a eles nos Anais da Câmara, nunca, porém apelando-se à violência da cassação ou suspensão de mandatos.


08 de fevereiro de 2017
postado por m.americo

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