Trair Israel na ONU: A recusa de Obama em bloquear um voto das Nações Unidas desfavorável a Israel, as maquinações obscuras de sua administração para concretizar esse horror, e o ataque prolixo do secretário de estado John Kerry contra Israel, deixarão o presidente Trump com uma crise política maciça no Oriente Médio – possivelmente, uma crise de segurança, se grupos terroristas e suas “alas políticas” se fortalecerem com a reprimenda a Israel.
A manobra contra Israel também arranha a credibilidade americana, dando a entender a possíveis aliados que os Estados Unidos não são o melhor amigo a se ter. Os velhos aliados da América nos campos de batalha da Síria passam a mesma mensagem, assumindo que nenhum deles sobrou para contar a história. Isso vem num momento em que as aspirantes a hegemônicas China e Rússia demonstram a seus aliados como Pequim e Moscou dão a cara a tapa por eles.
A trupe de Obama achou que seria inteligente selar Trump com um decreto internacional que o presidente americano não pode reverter facilmente. Eles podem não ter pensado muito bem, porque algumas das opções que estão disponíveis a Trump poderiam deixar internacionalistas e líderes palestinos amaldiçoando a memória do mandato Obama.
Note que mesmo comentaristas favoráveis a Obama, assim como fontes de dentro da administração Obama, têm descrito o voto sobre Israel como um ato deliberado de sabotagem contra Trump, porque Obama está “alarmado” com alguns dos nomeados de Trump.
Uma nova guerra fria com a Rússia: Depois de oito anos invariavelmente caçoando de qualquer um que dissesse que a Rússia é uma grande ameaça geopolítica aos EUA (a ocasião mais conhecida foi contra o candidato republicano de 2012, Mitt Romney), Barack Obama subitamente percebeu: “Quer saber? A Rússia é uma grande ameaça.”
Ele também despertou para os perigos da guerra cibernética, depois de uma administração inteira em que tratou a espionagem eletrônica como um problema puramente político que deveria ser minimizado e tratado com indiferença, porque levá-lo a sério o faria parecer mau. Quem pode se esquecer de como Obama deixou as vítimas do Escritório de Gestão de Pessoas dos EUA a ver navios durante semanas, porque a administração não queria admitir o quão sério era o ataque?
Mas aí, um alto articulador da elite democrata foi enganado por um rudimentar esquema de phishing, o Comitê Nacional Democrata foi hackeado, e então Obama… bem, ele ainda não levaria a questão da cyber-espionagem a sério. Ele ligou o “tô nem aí” de novo, porque como um funcionário anônimo disse, eles pensaram que a eleição de Hillary Clinton estava garantida, e daí eles poderiam assumir esse enorme risco.
Foi a derrota de Hillary na eleição, assim como a forçação de barra para arranhar a legitimidade do presidente eleito, Trump, que fez o presidente que educadamente ignorou a China hackear os dados privados de 25 milhões de cidadão americanos se enrijecer na questão da segurança da informação. Até agora, estados envolvidos em cyber-espionagem não sofreram nada mais que algumas palavras azedas, escolhidas cuidadosamente, da administração que chega ao fim, mas os russos tomaram borrifos de sanções e 35 diplomatas foram expulsos.
A Rússia respondeu soltando um exército de patos e trolls das profundezas do Kremlin para a internet. No caso, a diplomacia russa fazia referência à expressão “pato manco”, comumente usada pelos americanos para designar um político cujo governo chega aos estertores. Esse político, como não teria mais muito o que perder, toma medidas polêmicas, ultrajantes ou impopulares. A nova guerra fria tem apenas alguns dias de idade, e já é mais estranha do que a primeira.
Presumivelmente, Obama pensa que colocou Trump em uma posição que fará qualquer aproximação de Moscou que tenha imaginado mais difícil, ou ao menos mais custosa politicamente. O resultado final pode ser as relações entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin terem sido facilitadas, e uma lembrança duradoura de quão pouco Barack Obama se importou com a segurança informática, até que se tornasse politicamente oportuno que ele pirasse em relação a isso.
Banir a perfuração de poços de petróleo nas áreas do oceano atlântico e do ártico: Um ato de sabotagem aberto contra a própria economia americana, que deixa uma pegada especialmente notável no Alasca. Os presunçosos agentes da administração passaram as últimas duas semanas assegurando aos comentaristas da imprensa que o improcedente abuso cometido por Obama, aproveitando-se de uma lei obscura, se estabeleceria como impossível de ser revertido pelo seu sucessor. É como se eles tivessem passado a noite em claro, procurando ações executivas que não pudessem ser desfeitas pelo novo presidente quatro semanas depois. (Ironicamente, Obama soltou essa bomba no setor da energia apenas algumas semanas depois de publicamente recomendar a Trump que não abusasse das ordens executivas.)
É provável que legiões de advogados batalharão durante 2017, e talvez depois, para determinar se “a última cutucada de Obama em Trump” (como o site de esquerda Politico disse) é realmente irreversível. Que amável presente de despedida o futuro ex-presidente deixou ao país que o elegeu duas vezes: uma pilha de enormes processos legais destrutores de riqueza.
Apropriação das terras dos monumentos nacionais: O outro decreto presidencial teoricamente irreversível descoberto pelos sicofantas de Obama é a habilidade de designar monumentos nacionais. Outros sete mil quilômetros quadrados em Utah e Nevada foram retirados do mercado na última semana de dezembro, trazendo a abrangência da lei de antiguidades de Obama para algo sem precedentes: mais de duzentos mil quilômetros quadrados.
“Essa lei arrogante de um pato manco não permanecerá. Trabalharei incansavelmente com o congresso e com a futura administração Trump para honrar a vontade do povo de Utah e desfazer essa designação”, vociferou o senador republicano Mike Lee, de Utah. 65% do estado de Utah está agora sob a sábia e compassiva proteção ambiental do mesmo governo que transformou o Rio Colorado em um lixão tóxico.
Acabar com o registro de imigração nacional: Apenas no caso de Trump considerar usar o registro de imigração nacional como a base para o “processo de habilitação melhorado” que ele prometeu para imigrantes advindos de regiões infestadas de terroristas, a administração Obama matou um programa adormecido há muito tempo chamado Sistema de Registro para a Segurança Nacional de Entrada e Saída, que certa vez cometeu o imperdoável pecado politicamente incorreto de rastrear homens em idade militar advindos de países de maioria muçulmana violentamente instáveis.
É bastante discutível se esse programa tinha qualquer uso prático. Quando mudou de ideia sobre o programa, o Departamento de Proteção ao Território observou que o programa pós-11 de setembro que se usava para coletar dados agora estava sendo usado com a maioria dos visitantes estrangeiros, juntamente com informações biométricas mais sofisticadas. Quase todo mundo viu a eliminação desses papéis como um ato puramente simbólico – em outras palavras, como sabotagem contra o novo presidente.
A fuga de presos em Guantánamo: Depois de passar a presidência enrolando sua promessa de fechar a prisão da Baía de Guantánamo, em Cuba, Obama trabalhou muito nos últimos anos, deportando mais de 150 detidos. Vinte deles acabaram voltando às atividades terroristas, o que é um número chocante.
O deputado Ed Royce, republicano da Califórnia, da Comissão de Assuntos Externos da Câmara, escreveu um editorial de contraponto no Wall Street Journal, essa semana, para fazer soar o alarme em relação ao “esforço de Obama para esvaziar a prisão de Guantánamo na calada da noite”.
“A Casa Branca repetidamente libertou detentos para países que sabia que não tinham a intenção e a capacidade de impedir que retornassem ao terrorismo. O resultados têm sido mortais”, Royce escreveu, desafiando a sabedoria de tais ações da administração Obama, ideias como largar um dos melhores criadores de bombas da Al-Qaeda na Bósnia, um país que tem “serviços de segurança limitados”, mas que é cheio de mesquitas radicais e homens em idade militar desempregados. A comissão de Royce tem investigado alegações de que a administração teria pago ao criador de bombas cem mil dólares para que ele não repassasse suas habilidades mortais a aprendizes ansiosos. Caçar o resto dos prisioneiros transferidos que transferiram a si mesmos de volta para a jihad global será um trabalho para a administração Trump.
Retratar a eleição de Trump como um desastre: Não nos esqueçamos do atos de sabotagem retórica de Obama, como descrever a campanha presidencial de Trump como um crime contra a harmonia entre as raças e classes da América, ou como a primeira dama lamuriar-se de que toda a esperança foi perdida para as crianças americanas. O próprio Trump tomou nota das “muitas declarações e obstáculos inflamatórias colocadas pelo presidente Obama”.
É difícil se lembrar de um exemplo passado de um presidente atacando a legitimidade de seu sucessor dessa maneira, especialmente durante a transição, antes mesmo que o novo chefe executivo tenha de fato feito qualquer coisa. E provavelmente ainda não acabou. O tempo para grandes ordens executivas está se encurtando, mas Obama está sempre a um dia de chamar uma conferência de imprensa e dizer algo que torne a transição mais difícil.
É claro, ele ainda pode falar o que quiser depois da posse no dia 20 de janeiro, e ele deu todos os sinais de que não seguirá o caminho honrado de seus antecessores; não concederá ao novo presidente tempo para que trace seu próprio caminho. Mas nada substitui os holofotes da presidência. O timbre da voz política de Barack Obama será muito diferente em 21 de janeiro do que era no dia 19. Muito provavelmente, Obama usará o que ainda tem antes que se acabe.
[*] Hayward, John. “Seven Ways Obama is Trying to Sabotage the Trump Administration.” Breitbart.com. 30 de Dezembro de 2016.
Tradução: Sílvia R. Roma.
09 de janeiro de 2017
John Hayward, para o Breitbart
in ceticismo político
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