"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O APARELHO



As medidas que vão sendo tomadas lentamente por este Congresso quase paralítico são o golpe de misericórdia nesse maldito plano de poder eterno

“Em casa onde não há pão, todos gritam e ninguém tem razão”. Quem já tem idade suficiente para ter ouvido esta frase – ou pouco pão em casa – sabe do que se trata a pinimba. O fato é que a imprensa está gritando como nunca, exigindo eleições diretas, comedimento da Lava Jato, constituinte bissexta e o já cansativo “Fora Temer” de sempre.

Sabe essa esquerda que aí está que as medidas que vão sendo tomadas lentamente por este Congresso quase paralítico são o golpe de misericórdia nesse maldito plano de poder eterno, engendrado por todos os socialistas pimpões que temos por aqui. Qualquer coisa, menos colocar o país de volta ao capitalismo que nos renderia um lugar ao sol, longe dessa sujeira toda. É nojento.

Concordo com o Estadão, nesse ponto. A mãe de todas as delações não distingue o joio do joio e conta com a morosidade indecorosa da justiça para nos fazer acreditar que todo o Congresso está contaminado por um bando de vagabundos. Quem se atreveria a defender essa classe política que aí está? Me espanta que o séquito de Marinas das Selvas, Humbertos Costas, Rossos e companhias – más companhias – já se assanhem pelo espólio do defunto ainda vivo, que respira no Palácio do Planalto por aparelhos. É a velha esquerda de sempre tentando se articular, meus caros. Notem que não há a menor complacência com este governo tampão que tenta nos salvar da falência, mas lulão de sua gangue de batedores de carteira continua intocável na coisa pública. É indecente, para dizer o mínimo.

Pois vou afirmar aqui algo que afirmei durante todos esses anos em que bati meu bumbo violentamente em favor da nossa liberdade: Onde está o tal “maior partido de sustentação ao governo”; aquele que levou quase tudo no último pleito municipal – e portanto se transformou no maior porta-voz dos nossos anseios – que não se posiciona diante dessa vigarice em andamento? Ele é governo, oposição ou muito pelo contrário? Quem acha que estou mirando minhas baterias no partido errado ainda não entendeu as regras do jogo.

Vejam que meigo: O pleito das eleições antecipadas coloca Marina das Selvas e Ronaldo Caiado na mesma trincheira, não é um mimo? Quem é governo teria a obrigação de se posicionar contra essa vigarice. De exigir rapidez nos julgamentos. De conclamar a nação a exigir a prisão dos envolvidos nessa sujeira que marcou o Congresso de forma irreversível. Não o farão. Estão ocupados demais, tentando conviver com as próprias ambições desmedidas. Acham todos os distintos que uma guerra mundial vai se instalar na Esplanada e a cadeira presidencial vai cair bem no meio da rua, para ser disputada pelo primeiro aventureiro que dispuser a lhe dar uma bela sentada em cima.

Pensam os imbecis que se tivermos tolerância com o Governo Temer, teremos que ter tolerância com lulão e sua gangue de filhotes ladrões. Tenha paciência. Lugar de vagabundo é na cadeia. Quando é que o país vai aprender essa lição simples?


24 de dezembro de 2016
Vlady Oliver, Veja
in augusto nunes

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