Embora os Estados Unidos não sejam uma das nações em que a Odebrecht assumiu ter pagado propina, o país está processando a companhia porque seu sistema financeiro foi utilizado para operacionalizar os repasses irregulares, segundo Sung-Hee Suh, assistente do procurador-geral do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. A construtora está sendo acusada de conspiração contra o sistema financeiro e violação das leis anticorrupção. As investigações envolveram equipes em Washington, Nova York, Los Angeles, Boston e Miami.
OFFSHORES – “Empregados das duas companhias agiram dentro dos Estados Unidos. Por exemplo, algumas das offshores, utilizadas para dificultar o rastro do dinheiro, foram instaladas ou operadas por indivíduos que estavam nos Estados Unidos.
Além disso, indivíduos que trabalhavam no Departamento de Propinas da Odebrecht tomaram atitudes para que o esquema acontecessem quando estavam nos Estados Unidos. Em 2014 e 2015, houve reuniões com seus cúmplices em Miami, por exemplo. Houve transferências de dinheiro dentro dos Estados Unidos etc” — disse Sung-Hee, durante uma entrevista coletiva para a imprensa internacional.
Além disso, indivíduos que trabalhavam no Departamento de Propinas da Odebrecht tomaram atitudes para que o esquema acontecessem quando estavam nos Estados Unidos. Em 2014 e 2015, houve reuniões com seus cúmplices em Miami, por exemplo. Houve transferências de dinheiro dentro dos Estados Unidos etc” — disse Sung-Hee, durante uma entrevista coletiva para a imprensa internacional.
Sung-Hee classificou como “histórico” e “um modelo para acordos futuros” o acerto pelo qual Odebrecht e Braskem se comprometem a pagar uma multa de US$ 3,5 bilhões (R$ 11,6 bilhões, em valores atuais) aos governos de Brasil, Estados Unidos e Suíça. Segundo ela, até então, o maior acordo internacional anticorrupção tinha ficado em US$ 1,6 bilhão (R$ 5,3 bilhões).
ESCALA GIGANTE – Ao assumir sua culpa, a Odebrecht afirmou que, por mais de uma década, fez operações financeiras não contabilizadas com o propósito de pagar propina numa escala gigante. Eles tinham um departamento de propina, por assim dizer, que pagou sistematicamente milhões de dólares para corromper autoridades de países em três continentes.
A Braskem admitiu que também usou essa estrutura de corrupção da Odebrecht. Esses pagamentos tinham o objetivo de incentivar autoridades a beneficiarem Odebrecht e Braskem a fazerem negócio em seus países em vez de privilegiar uma competição justa.
A Braskem admitiu que também usou essa estrutura de corrupção da Odebrecht. Esses pagamentos tinham o objetivo de incentivar autoridades a beneficiarem Odebrecht e Braskem a fazerem negócio em seus países em vez de privilegiar uma competição justa.
Também presente na coletiva de imprensa, a procuradora Bridget Rohde, do Distrito de Nova York, afirmou que espera que o acordo seja um marco na luta contra a corrupção.
“Esse acordo representa um marco na luta contra a corrupção global. Por mais de uma década, Odebrecht e Brasken operaram um sofisticado esquema que resultou em pagamento de propina a autoridades de vários níveis de vários países. Essa resolução demonstrou que não importa quão complicado e quão grande é o alcance dos esquemas, nós temos o compromisso de investigá-los”.
ESFORÇO INTERNACIONAL – Segundo Bridget, o caso não poderia ter sido resolvido sem um esforço internacional. As autoridades americanas agradeceram o apoio dos investigadores brasileiros e suíços neste caso.
“A colaboração das autoridades brasileiras foi muito importante para o sucesso dessa investigação. O Brasil tem feito um esforço impressionante. Nós esperamos que eles continuem sendo um parceiro importante dos Estados Unidos no combate à corrupção” — afirmou a representante do Departamento de Justiça.
23 de dezembro de 2016Tiago Dantas
http://lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com/2016/12/eua-vao-investigar-os-bancos-usados-em.html
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