"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

AS CINCO SEMELHANÇAS ENTRE O PETISMO E UM CULTO RELIGIOSO FANÁTICO


Coluna de Fernando Gouveia FOTO: INSTITUTO LULA

Importante: este artigo, por óbvio, coloca na analogia proposta as seitas fanáticas como aquelas da década de 1970, em que os membros acreditavam em todo tipo de maluquice e rituais; sob a chance de qualquer leitura contrária, fica o aviso. Não há referência alguma a qualquer religião de fato.

Minha primeira participação nesta nova fase de colunas do Implicante foi para tratar de tema parecido. Na ocasião, expliquei as razões pelas quais a esquerda, ao contrário do que se presume, tem muito mais “fé” do que a direita. Em suma: enquanto os direitistas guardam isso para sua intimidade espiritual, os esquerdistas aplicam a crença pura-e-simples na vida prática.

Agora, uma mirada mais específica: o petismo é muito similar a um culto religioso fanático. E há cinco pontos em que a crença no PT se torna idêntica a qualquer outro agrupamento em que impera o fanatismo mais extremos.

Vamos a eles:

1 – A FÉ CEGA DOS FIÉIS

O ideário do PT – socialismo – é tão factível quanto o daqueles cultos que acreditam no fim do mundo amanhã-sem-falta. Uma sensível diferença é que os regimes socialistas, na prática, costumam matar um pouco mais de gente do que os profetas do fim do mundo. Outro ponto em comum nessa parte da fé diz respeito à resistência absurda por parte dos fiéis em aceitar os fatos; especialmente quando os líderes são flagrados em situações deploráveis.

2 – PREGAÇÃO DA PALAVRA

Todo grupo de forte crença tem a prática de pregar sua fé. Uns abordam estranhos nas ruas, outros batem nas portas de manhã cedinho, e há os que gritam em praça pública. No petismo, a coisa acontece de váris formas: colunas de jornais e revistas, salas de aula, programas de televisão, redes sociais etc. O fiel, neste caso, aproveita cada espaço ocupado para pregar; de revista científica a site de games.

3 – O DÍZIMO


Justiça seja feita, os cultos fanáticos no geral não determinam a obrigatoriedade do dízimo, pois (ao menos em tese) paga quem quer. No PT, porém, ele é obrigatório. Segundo o estatuto (Art. 183, §1º e 2º), os filiados têm a obrigação de contribuir. E isso é tratado ainda de forma mais rígida quanto aos que ocupam cargos eletivos ou comissionados (Art. 184 e parágrafos).

4 – O LÍDER CARISMÁTICO


Como todo culto, o PT também tem o seu. Ele é venerado, tratado como uma divindade e os fiéis não admitem que outras pessoas o considerem alguém “normal”. Porque ele está muito acima dos demais humanos. É predestinado, tem uma jornada existencial heroica, é infalível. Por mais que tenha bens caríssimos e usufrua de padrão altíssimo, ainda assim é tratado como o mais humilde entre os humildes. E nem foi preciso citar nomes.

5 – FALANDO EM LÍNGUAS


Não são todas que fazem isso, é verdade, mas ainda assim é algo bem comum. Trata-se daquele momento em que as orações, louvores ou cânticos saem em um idioma incompreensível para quem está de fora, mas milagrosamente inteligível aos que participam da mesma fé. Isso também acontece no PT. Basta ver o que acontece em qualquer discurso da Dilma Rousseff: cachorro atrás, meta dobrada, louvação da mandioca (e do milho), quem ganha e quem perde nem ganha nem perde etc.

Pois é. No mais, há que respeitar-se a liberdade de culto, mas sem perder a de expressão jamais.


21 de dezembro de 2016
Fernando Gouveia 

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