A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado José Guimarães (PT-CE), líder da minoria na Câmara e que foi líder do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em investigação decorrente da Operação Lava-Jato. O deputado é acusado de ser beneficiário de esquema que desviou dinheiro do Banco do Nordeste.
O ex-vereador petista de Americana (SP) Alexandre Romano, delator na Lava-Jato, também foi denunciado pelos mesmos crimes. A denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que José Guimarães recebeu R$ 97,7 mil em propina vinda de financiamento concedido pelo Banco do Nordeste a empreendimento na área de energia proposto pela empresa Engevix. O dinheiro teria sido pago para quitar dívidas de Guimarães com uma gráfica e uma escritório de advocacia.
INTERMEDIAÇÃO – Segundo a PGR, Guimarães intermediou, em 2011, contato entre o ex-vereador Alexandre Romano e sócios da empresa Engevix com o presidente do BNB à época, Roberto Smith. Guimarães ainda teria viabilizado a celebração do contrato de financiamento de cerca de R$ 260 milhões da Engevix para a construção de usinas eólicas na Bahia.
A denúncia narra que, por sua atuação no auxílio da liberação dos valores, Romano recebeu, por volta de agosto de 2011, R$ 1 milhão a título de “comissão”, de forma disfarçada, mediante contratos fictícios de prestação de serviços de advocacia a empresas vinculadas ao grupo Engevix. Deste montante, segundo a PGR, ele repassou para o deputado aproximadamente 10% pela ajuda no contato com Roberto Smith, que possibilitou a liberação do financiamento.
PROPINAS – “Em suma, o panorama probatório coletado demonstra robustamente o recebimento doloso de vantagem indevida pelo deputado federal José Guimarães, mediante o pagamento de dívidas pessoais por terceiros. A propina foi recebida em razão da atuação do parlamentar perante a presidência do Banco do Nordeste do Brasil, de sua indicação e sustentação política, para viabilizar a concessão de financiamento de acordo com os interesses da empresa Engevix”, escreveu Janot na denúncia.
Além de pedir a condenação de Guimarães, Janot pede a decretação da perda da função pública do deputado e que os denunciados paguem R$ 1 milhão para reparar os danos causados pela corrupção.
DOIS CHEQUES – Conforme a denúncia, o valor de R$ 97,7 mil foi pago a Guimarães por meio de dois cheques, compensados em setembro de 2011, em favor de um escritório de advocacia e de uma gráfica. Segundo Janot, não há indícios de participação dessas empresas no esquema.
Janot esclarece na denúncia que o escritório confirmou que recebeu cheque de R$ 30 mil pela atuação na defesa do parlamentar em um inquérito no STF. Sobre a empresa gráfica, a Procuradoria diz que também foi apresentada documentação de que o cheque de R$ 67,760 mil foi depositado e serviu para pagamento de folhetos e “santinhos”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Demorou muito, mas acabou acontecendo. O petista José Guimarães ficou conhecido em 2005 como o “deputado dos dólares na cueca”. Seu irmão, José Genoino, puxou cadeia no processo do mensalão, mas Guimarães continuava incólume e se tornou líder do governo Dilma Rousseff na Câmara, e o líder do governo no Senador era Delcídio Amaral, vejam a que ponto de degradação chegamos. Agora, Guimarães vai cumprir o mesmo destino do irmão mais família. Como se sabe, família que rouba unida, permanece unida.(C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Demorou muito, mas acabou acontecendo. O petista José Guimarães ficou conhecido em 2005 como o “deputado dos dólares na cueca”. Seu irmão, José Genoino, puxou cadeia no processo do mensalão, mas Guimarães continuava incólume e se tornou líder do governo Dilma Rousseff na Câmara, e o líder do governo no Senador era Delcídio Amaral, vejam a que ponto de degradação chegamos. Agora, Guimarães vai cumprir o mesmo destino do irmão mais família. Como se sabe, família que rouba unida, permanece unida.(C.N.)
21 de dezembro de 2016
Manoel Ventura
O Globo
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