Em palestra na Academia Brasileira de Letras, Fernando Henrique Cardoso, após examinar as deficiências da democracia representativa, fez um apelo, sugerindo uma reavaliação do processo eleitoral tal como vem sendo aplicado no Brasil e em outros países, afastando, a priori, qualquer tentativa de ditadura e corrupção.
Impossível que, depois de séculos que tentaram organizar a sociedade, não surgissem alternativas para a democracia representativa, que se transformou numa roleta econômica em que o dinheiro e o suborno prevalecem. A cada pleito eleitoral, independentemente da situação política e econômica que o país atravessa, o que termina definindo a nova ordem social, o que prevalece são os interesses do poder e do dinheiro. As alianças são pensadas e medidas na base das campanhas, que cada vez custam mais caro.
Com as delações premiadas, ninguém fica livre de suspeitas e tramoias que determinarão programas e conchavos para saciar os apetites políticos e seus derivados. Nenhum seguimento nacional tem cacife suficiente para bancar uma eleição representativa. A solução é apelar para empresas interessadas em influir decisivamente na vida nacional.
Por menor que sejam, os partidos penduram-se nas contribuições das elites econômicas, com a finalidade de abocanhar um naco do poder, na esperança de conquistar uma hegemonia tal como o PT pretende.
FHC convocou a classe dirigente do país a repensar a democracia representativa tal como ela se apresenta. Impossível que não haja no Brasil um grupo de pensadores que possa não somente eliminar o pano verde em que os pleitos eleitorais se desenvolvem, mas criar alternativas que acabem com os escândalos que, pouco a pouco, estão colocando na cadeia alguns líderes, sem excetuar as vestais que vendem o que não têm e cobram o que pretendem ter.
25 de setembro de 2016
Carlos Heitor Cony, Folha de SP
Impossível que, depois de séculos que tentaram organizar a sociedade, não surgissem alternativas para a democracia representativa, que se transformou numa roleta econômica em que o dinheiro e o suborno prevalecem. A cada pleito eleitoral, independentemente da situação política e econômica que o país atravessa, o que termina definindo a nova ordem social, o que prevalece são os interesses do poder e do dinheiro. As alianças são pensadas e medidas na base das campanhas, que cada vez custam mais caro.
Com as delações premiadas, ninguém fica livre de suspeitas e tramoias que determinarão programas e conchavos para saciar os apetites políticos e seus derivados. Nenhum seguimento nacional tem cacife suficiente para bancar uma eleição representativa. A solução é apelar para empresas interessadas em influir decisivamente na vida nacional.
Por menor que sejam, os partidos penduram-se nas contribuições das elites econômicas, com a finalidade de abocanhar um naco do poder, na esperança de conquistar uma hegemonia tal como o PT pretende.
FHC convocou a classe dirigente do país a repensar a democracia representativa tal como ela se apresenta. Impossível que não haja no Brasil um grupo de pensadores que possa não somente eliminar o pano verde em que os pleitos eleitorais se desenvolvem, mas criar alternativas que acabem com os escândalos que, pouco a pouco, estão colocando na cadeia alguns líderes, sem excetuar as vestais que vendem o que não têm e cobram o que pretendem ter.
25 de setembro de 2016
Carlos Heitor Cony, Folha de SP
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