Charge do Sinovaldo, reproduzida do jornal Vale dos Sinos |
Devido à cassação do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, muita coisa está mudando na Lava Jato, porque a moleza do foro privilegiado passa a não mais existir, obrigando que inquéritos em curso no Supremo sejam encaminhados para os juízes federais Sérgio Moro, em Curitiba, ou Vallisney de Oliveira, em Brasília. Um desses inquéritos a ser redistribuído investiga os ex-presidente Lula da Silva e Dilma Rousseff, os ex-ministros Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo e dois ministros do Superior Tribunal de Justiça, Francisco Falcão e Navarro Dantas, acusados de formação de quadrilha e obstrução à Justiça, no caso da nomeação de Navarro Dantas para o STJ com objetivo de libertar o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros megaempresários presos na Lava-Jato, segundo denúncia do ex-senador petista Delcídio Amaral.
Como se trata de questão ligada diretamente à Lava Jato, deve ser encaminhada ao juiz Moro. No caso, a suspeita se confirmou na prática. Quando Dantas foi nomeado para o STJ, a defesa de Odebrecht estrategicamente apresentou o recurso a ser relatado pelo novo ministro, segundo a praxe do tribunal. Mas “vazou” a notícia da armação comandada por Dilma, e antes do julgamento publicamos aqui na Tribuna da Internet.
Dantas realmente apresentou o parecer pela nomeação do empreiteiro, mas foi derrotado pela unanimidade dos demais ministros da Turma do STJ. E foi a partir daí que Marcelo Odebrecht passou a aceitar a ideia de fazer delação.
DILMA PROCESSADA– Não há dúvida de que Dilma Rousseff será processada, porque há várias investigações sobre ela, que foi citada por quatro delatores: o blogueiro Alberto Yousseff, o ex-senador Delcídio do Amaral e os executivos Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, ex-diretores da Petrobras.
Delcídio e Cerveró afirmaram em seus depoimentos que Dilma sabia detalhes sobre a negociata para compra superfaturada da refinaria de Pasadena, que deu prejuízo de quase R$ 1 bilhão à companhia e continua a provocar perdas.
Além do caso de Pasadena, ocorrido quando Dilma presidia o Conselho de Administração da Petrobras, outros réus da Lava-Jato — como Marcelo Odebrecht e João Santana — já revelaram que Dilma tinha conhecimento de que parte dos recursos para a campanha tinha origem no esquema de corrupção na Petrobras.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Desde o início de 2014, quando Lula quis ser candidato à Presidência e Dilma não aceitou, ameaçando revelar detalhes do relacionamento dele com a amante Rosemary Noronha, o relacionamento entre os dois desmoronou e até deixaram de se falar. O pior foi que, nessa fase, cometeram um erro que agora lhes está sendo fatal — escolheram o então senador Delcídio Amaral como mensageiro e intermediário. (C.N.)
10 de setembro de 2016
Carlos Newton
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