"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

PEDIDO DE DILMA AO COMANDO DO PT PROVOCA UMA CRISE COM A CÚPULA DO PCDOB



“O PCdoB não é um acessório do PT”, diz Orlando Silva

















Na expectativa de conquista de votos contrários a seu impeachment no Senado, Dilma pediu que a cúpula do PT interviesse em cinco cidades do Maranhão em atendimento a reivindicações dos senadores maranhenses João Alberto (PMDB) e Roberto Rocha (PSB).
O comando do PT interveio em apenas dois municípios. Em Codó, quinta maior cidade do Estado, determinou que o PT rompesse a aliança com o PCdoB, na qual ocuparia a vice da chapa, para apoiar o candidato do PSDB.
Em Timon, terceiro maior município do Maranhão, a direção petista decidiu que o partido saísse de uma chapa composta por PSB e PC do B em favor do outra integrada por PSD e PMDB. Segundo petistas, a operação também contemplaria o senador Edison Lobão (PMDB-MA).
POUCAS INTERVENÇÕES – A Folha apurou que o presidente do PT, Rui Falcão, atendeu parcialmente as solicitações de Dilma. Em respeito aos pedidos do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), não houve intervenção também em São Luís, Imperatriz e Balsas.
As concessões foram, porém, suficientes para incomodar a cúpula do PCdoB, que procurou o comando do PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mobilização foi também para evitar novas intervenções.
SEM APOIO – Presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos diz não querer acreditar nas decisões do PT. “Depois de todos gestos que o Flávio [Dino] fez [contra o impeachment], isso não é brincadeira”, reclama Luciana Santos, que é candidata à Prefeitura de Olinda (PE) sem apoio do PT.
Deputado federal pelo PDT do Maranhão, Ewerton Rocha também diz que seu partido terá que dar uma resposta ao PT.
O secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza, minimizou, por sua vez, o impacto das medidas do Diretório Nacional. Ele argumenta que o PT manteve a aliança com o PCdoB nas principais cidades do Maranhão, atendendo às orientações do governador. Florisvaldo diz que foi responsável pelas intervenções. Questionado se esse era um pedido da presidente afastada, limitou-se a dizer: “Eu me reservo o direito de não falar sobre isso. Não vou responder”.
UM “INDECISO” – O senador Roberto Rocha (PSB-MA) nega que tenha exigido alianças no Estado em troca de um voto contrário ao impeachment no Senado Federal. Ele admite ter conversado com Dilma e com o presidente interino, Michel Temer (PMDB). “Quem disse que posso mudar meu voto? Eu ainda não disse qual será. Minha tendência é seguir a decisão do partido, que não tomou decisão”, afirmou o senador.
Esse não é o único atrito recente entre PT e PCdoB. Petistas reclamam, por exemplo, de uma aliança dos comunistas com o DEM em Fortaleza. Integrantes do comando do PT também culpam o PCdoB por sua derrota na eleição para a presidência da Câmara. Afirmam que o candidato apoiado pelo PT, Marcelo Castro (PI), não teria sido derrotado caso o PCdoB o apoiasse. Mas, em vez disso, comunistas lançaram o deputado Orlando Silva (SP), que, mais tarde, apoiou o vencedor Rodrigo Maia (DEM-RJ) para o cargo. Silva, que conversou com Lula antes da decisão, rebate: “O PCdoB não é um acessório do PT”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como diria Brizola, o PCdoB parece que já está “costeando o alambrado”. O fato é que o partido (que se diz comunista, mas não é) só consegue sobreviver se estiver pendurado nas tetas do poder. Não importa quem esteja no Planalto, o PCdoB quer logo aderir, para manter os cargos públicos(C.N.)


23 de agosto de 2016
Catia Seabra
Folha

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