Realmente, o artigo de Esmeraldo Lopes aqui na Tribuna mostra como funciona o Pronatec, que em 2014 estendeu suas aulas a instituições privadas de ensino, que recrutaram professores para poderem aderir ao programa. Enviei currículo a uma conhecida instituição do Rio de Janeiro e fui admitido no curso de Logística. Cheguei a ministrar aulas nas duas primeiras semanas do curso, mas, por não me sentir motivado a prosseguir, solicitei meu desligamento.
Gostaria de acrescentar, a título de esclarecimento, que o valor da hora/aula, naquela época, era de R$ 25,00. Não posso confirmar o exato valor, pois não fiz questão de receber pelas aulas ministradas, uma vez que iniciei as atividades sem que a formalização de minha contratação fosse concluída.
Ratificando os aspectos negativos abordados no artigo, acrescento que as aulas foram iniciadas sem que a ementa da disciplina estivesse pronta, bem como a apostila que seria a base bibliográfica para o curso, ou seja, pelo menos nas duas primeiras semanas de aulas, abordei assuntos considerados importantes de acordo com minha experiência de docente em cursos similares.
SEM RESULTADOS
A turma para a qual fui designado era composta por 50 alunos, com idade de 18 a 60 anos, uns com alguma experiência na área, outros que nunca tinham ouvido falar sobre logística, uns que haviam terminado o ensino médio recentemente, outros que não frequentavam uma sala de aula há muito tempo, enfim, uma diversidade de situações que muito dificultavam ministrar uma aula que não fosse enfadonha para uns e incompreensível para outros.
Não resta dúvida de que é melhor que essas pessoas estejam em sala de aula do que vagando pelas ruas, mas realmente não é crível que sairão do curso aptos para exercerem atividades profissionais afetas.
Esta é a “Pátria Educadora”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como se vê, o governo manipula as estatísticas educacionais. Distribuindo bolsas em dinheiro e oferecendo falsos cursos “técnicos”, transformou o Pronatec numa máquina de manipular eleitores. É lamentável. (C.N.)
12 de junho de 2015
Jorge Miguel
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