A bagunça nacional é decorrente do descaso nos setores da política, da economia, das finanças públicas, da saúde, da educação e dos transportes pelo país, a começar pela capital da sacaneada República Federativa do Brasil.
Na rodoviária central de Brasília, pregões anunciam os ônibus piratões (caindo aos pedaços e ocupando as vagas dos ônibus regulares que não circulavam há três dias), no bigode da polícia e da fiscalização do DF, em meio à greve geral daquele que é praticamente o único transporte público da capital, pois Brasília, como péssimo exemplo nacional, quase não tem metrô. E a população afirma: “Prefiro os piratas aos corsários” (concessionários que também cobram caro e circulam com um nível semelhante de conforto e de risco, dentro da normalidade do transporte de gado humano da capital, refletido em todo país).
Trata-se de uma situação extrema, pois normalmente é preciso ter coragem para ser pirata na terra dos corsários. As multas são aplicadas com rigor e as propinas são mais caras em Brasília. No entorno, o risco, associado à violência do barril de pólvora do abandonado cinturão do DF e da insegurança pública, torna inviável econômica e biologicamente tal empreendimento pirata. Mas ele existe.
SUPERBACTÉRIAS
Nos hospitais do DF chamam atenção as superbactérias, consequência natural de descasos com a higiene e cuidados contra a contaminação.
Com tanta roubalheira do implosivo governador sucedido Agnelo Queiroz (PT), o corte de verbas atingiu covardemente a saúde de quem mais precisa na capital, e foram eliminados itens mínimos de funcionamento, como seringas descartáveis, antissépticos e equipamentos basilares de proteção e funcionamento hospitalar.
A natureza grita diante da estupidez humana, mas as vítimas são sempre aqueles que não causaram os males – a população pobre e dependente da saúde pública na riquíssima e desigual capital brasileira.
NA ILHA DA FANTASIA
Na nobre e caríssima corte política, os agentes patogênicos são ainda mais perigosos. Blasfêmias, pecados imperdoáveis, mistificação e retirada de foco das questões principais, caráter dúbio e reacionário em questões inconvenientes. Reforma políltica inócua. Menoridade penal como símbolo da incompetência, fruto do descaso com a questão da segurança pública e da criminalidade que nos esfaqueia. Professores vilipendiados e universidades paralisadas na escala loucamente invertida que desvaloriza aqueles que irão formar pessoas pensantes e agentes em todas as áreas do conhecimento e profissões. Educação básica produzindo analfabetismo funcional e a incapacidade crítica resultante. Tudo para se manterem como governantes de uma população acéfala.
Precisamos despertar e lutar, pois parecemos anestesiados desde 2013, época em que constatamos a falta de representatividade, saímos às ruas, mas não a contestamos como era bem merecido. Urge a nossa reação, visto que seremos as principais vítimas desta historicamente reprisada espiral negativa, que agora tenta se disfarçar de agenda positiva, em meio a pedaladas presidenciais.
12 de junho de 2015
Pedro Ricardo Maximino
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