"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

AO VENCEDOR, O TROFÉU "LAVA JATO"...

PT LEMBRA VACCARI E O APLAUDE DE PÉ, POR TRÊS MINUTOS


Lula e Dilma no 5º congresso do PT - Geraldo Bubniak/AGB
Do lado de dentro, tudo bem; do lado de fora, confusão e xingamentos
Preso desde abril pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi aplaudido de pé por três minutos, no 5º Congresso do PT, em Salvador. “O companheiro Vaccari foi preso injustamente”, disse Markus Sokol, dirigente da corrente O Trabalho, que pediu uma salva de palmas para o ex-tesoureiro.
Em Curitiba, Vaccari admitiu em depoimento à PF que manteve contatos frequentes com o executivo da construtora OAS José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que são investigados pelo suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras investigado na operação Lava Jato. Mas negou que tenha atuado no repasse de propinas de empresas sob suspeita na Lava Jato para o PT.
O ex-tesoureiro do partido foi questionado sobre mensagens de celular que ele trocou com Pinheiro para marcação de reuniões, que foram obtidas em quebra de sigilo da PF. Vaccari disse que os encontros não tiveram ligação com pagamentos de suborno ou qualquer ato criminoso.
O depoente também confirmou que mantinha relações sociais com Duque, mas negou ter tratado de propinas com o ex-diretor da Petrobras.
Vaccari relatou que era normal que ele procurasse potenciais empresas doadoras para o partido, já que ocupava o posto de tesoureiro da legenda, e que muitas vezes as próprias companhias tomavam a iniciativa de fazer contato com ele.
DEFENDENDO A CUNHADA
O petista afirmou desconhecer supostos repasses de dinheiro de empreiteiras para a cunhada dele, Marice Corrêa de Lima, que são investigados na Lava Jato.
Vaccari já é réu em dois processos criminais resultantes da Lava Jato na Justiça Federal no Paraná. Em um deles, o ex-tesoureiro do PT é acusado pela prática do crime de lavagem de dinheiro. Nessa ação penal, a Procuradoria apontou como ilícito o repasse de R$ 2,4 milhões de uma empresa ligada ao executivo Augusto Mendonça, da empresa Setal Óleo e Gás (SOG), para a Editora Gráfica Atitude.
Em seu acordo de delação premiada, Mendonça afirmou que a gráfica servia para repasse de propina destinada ao PT. O executivo disse que os valores foram transferidos a pedido de Vaccari. A gráfica pertence a dois sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
No outro processo criminal, Vaccari é um dos 26 réus acusados de corrupção e lavagem de dinheiro em negócios da Petrobras. Nessa causa, o Ministério Público apontou irregularidades em dois gasodutos e obras nas refinarias de Paulínia (SP) e Araucária (PR), todas contratadas pela área do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, e estimou em R$ 136 milhões o valor dos desvios na estatal.
PROPINAS
Segundo a Procuradoria, Vaccari atuou em repasses de propinas ao PT pagas por empresas que tinham contratos com a Petrobras. Parte das comissões devidas ao partido foi distribuída na forma de doações oficiais, entre 2008 e 2010, de acordo com o Ministério Público.

12 de junho de 2015
Flávio Ferreira
Folha

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