"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 28 de março de 2015

O INFERNO DE DANTE

CRISE TRANSFORMA PLANALTO NUMA ESPÉCIE DE INFERNO DE DANTE


Muitas pessoas acreditam na lei do retorno, na base do “aqui se faz, aqui se paga”. Há também quem entenda que o inferno seria a própria vida terrena, neste vale de lágrimas celebrizado pela oração cristã “Salve, Rainha”. Bem, são crenças religiosas que ganham força no Brasil quando se analisa a política brasileira atual, em que os governantes estão ilhados num verdadeiro purgatório, como nova versão da “Divina Comédia” de Dante, onde só recebem notícias ruins, que vão piorando com o passar do tempo e ainda estão longe do clímax.
Estas pessoas – nossos governantes – decididamente não têm paz. É como se estivessem submetidos a algum tipo de tortura chinesa, que não mata, mas vai tendo sua intensidade aumentada a cada dia, de modo a levar a vítima ao desespero total.
É possível imaginá-los no luxo dos palácios da Ilha da Fantasia chamada Brasília, onde vivem um mundo de ficção, em que quase tudo está à disposição, a tempo e a hora, mas falta o principal – a felicidade do dever cumprido, que vem acompanhada da consagração pública e da realização pessoal.
Podemos também vislumbrar o mau humor dos governantes a cada manhã, quando chegam os jornais repletos de notícias ruins e desonrosas. Depois, as reuniões estressantes em busca de soluções milagrosas que não existem mais, pois de repente nem mesmo o ardiloso marqueteiro consegue ter alguma idéia criativa. E à noite, enfim, o massacre em todos os telejornais, parece um nunca-acabar. É óbvio que, nesse clima sinistro, jamais conseguirão dormir o chamado sono dos justos, nem mesmo à base de tranquilizantes.
SOFRIMENTO MERECIDO
Os governantes são eleitos para trabalhar em nome do povo e em busca da satisfação dos interesses populares, e este era justamente o objetivo que o PT alardeava. Por isso, o sofrimento dessa gente é merecido, todos sabem. Jamais um país subiu ao poder no Brasil contando com tamanho apoio das massas.
Havia um impressionante clamor de esperança, que agora se desfez, quando enfim se percebeu que o mito do PT era tudo mentira, não se tratava de políticos de nova estirpe, mas de neopolíticos da pior espécie, cujo maior interesse se resumia ao enriquecimento pessoal, obtido ilicitamente. Sem dúvida, os sindicalistas mostraram que são ainda piores do que os políticos tradicionais, que na verdade sempre nos decepcionaram, porém jamais formaram esses tipos de quadrilhas.
Os petistas não conheciam Abraham Lincoln, julgaram que poderiam enganar a todos, o tempo todo, mas isso não existe na vida real. Conseguiram decepcionar aos brasileiros e agora estão sofrendo, envergonhados, mas têm de sair às ruas, brandindo as bandeiras vermelhas, por dever de ofício, digamos assim. Agora, estão sendo convocados pelo presidente do PT, Rui Falcão, para se contraporem às manifestações programadas para o dia 12, quando inevitavelmente surgirão cartazes ironizando o “governo de merda”, assim denominado pelo próprio dirigente petista.
AINDA VÃO SANGRAR MUITO…
É triste saber que este governo ainda vai sangrar por muito tempo, agonizando em praça pública até o desenlace final, que esperemos ver surgir com base nas normas constitucionais. Mas enquanto essa situação se prolongar, o pior é que o povo brasileiro também estará sofrendo, pois quando não há esperança, a retração é inevitável, o desânimo prevalece.
Poderia ter sido diferente, claro. Quem iria imaginar que os representantes do povo se comportariam dessa forma, como se fosse membros de uma gigantesca quadrilha? Era difícil pensar que chegariam a tanto.
Agora, a grande dúvida é sabe até quando os governantes vão continuar fingindo que ainda existe alguma possibilidade de permanecerem no poder. É uma situação verdadeiramente patética.

28 de março de 2015
Carlos Newton

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