As dores virão aos magotes, disso podemos estar certos. Aumentos represados até as eleições começarão a espocar em breve e em cascata.
O leitor leu a íntegra da resolução aprovada pela Executiva do PT em 3 de novembro? Não leu? Então leia, mas cuidado, vai doer. A reunião do Diretório será nos dias 28 e 29 de novembro, mas ansiosos para continuar em sua caminhada em direção a um governo sempiterno, o PT propõe que certas resoluções sejam tomadas de imediato.
São seis as resoluções, sendo que a sexta é subdivida em dez itens. Copiei três:
a) a reforma política, precedida de um plebiscito, através de uma Constituinte exclusiva;
b) democracia na comunicação, com uma Lei da Mídia Democrática;
c) democracia representativa, democracia direta e democracia participativa, para que a mobilização e luta social influenciem a ação dos governos, das bancadas e dos partidos políticos. O governo precisa dar continuidade à participação social na definição e acompanhamento das políticas públicas e tomar as medidas para reverter a derrubada da Política Nacional de Participação Social, objeto de um decreto presidencial cancelado pela maioria conservadora da Câmara dos Deputados no dia 28 de outubro de 2014.
O partido ainda diz que deve ser “muito mais proativo no enfrentamento das acusações de corrupção, em especial no ambiente dos próximos meses, em que setores da direita vão continuar premiando delatores” (o grifo é meu).
Inútil procurar nesse documento do PT algum esclarecimento sobre o engavetamento de dados do IPEA: o aumento do número de miseráveis de 2012 para cá “com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2013)” revela que há mais 371.158 pessoas com renda inferior ao mínimo necessário para garantir o consumo de suas necessidades calóricas.
E com renda inferior a R$70,00 por mês, essa quantia espantosa que o Programa Brasil Sem Miséria calcula ser suficiente, o percentual de miseráveis é ainda mais elevado: são 8,059 nessa situação.
A ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, discorda. Atribuiu o crescimento dos miseráveis a uma 'flutuação estatística', dentro da margem de erro da pesquisa.
Pois é…
Lembram quando Lula disse: “Eles não sabem do que somos capazes de fazer para garantir a reeleição”? Agora sabemos.
O que ninguém sabe, Lula e dona Dilma incluídos, é por quanto tempo o brasileiro, hoje mais bem informado do que há 12 anos, aguentará a dor que vai doer em todos nós, tanto faz com estrela vermelha no peito ou não.
As dores virão aos magotes, disso podemos estar certos. Aumentos represados até as eleições começarão a espocar em breve e em cascata. Vão doer em muita gente e acabarão por doer ainda mais em seus responsáveis, pois o diabo, quando acionado (“Na eleição a gente faz o diabo”), cobra bem caro sua ajuda. Muito caro.
07 de novembro de 2014
in blog do noblat
São seis as resoluções, sendo que a sexta é subdivida em dez itens. Copiei três:
a) a reforma política, precedida de um plebiscito, através de uma Constituinte exclusiva;
b) democracia na comunicação, com uma Lei da Mídia Democrática;
c) democracia representativa, democracia direta e democracia participativa, para que a mobilização e luta social influenciem a ação dos governos, das bancadas e dos partidos políticos. O governo precisa dar continuidade à participação social na definição e acompanhamento das políticas públicas e tomar as medidas para reverter a derrubada da Política Nacional de Participação Social, objeto de um decreto presidencial cancelado pela maioria conservadora da Câmara dos Deputados no dia 28 de outubro de 2014.
O partido ainda diz que deve ser “muito mais proativo no enfrentamento das acusações de corrupção, em especial no ambiente dos próximos meses, em que setores da direita vão continuar premiando delatores” (o grifo é meu).
Inútil procurar nesse documento do PT algum esclarecimento sobre o engavetamento de dados do IPEA: o aumento do número de miseráveis de 2012 para cá “com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2013)” revela que há mais 371.158 pessoas com renda inferior ao mínimo necessário para garantir o consumo de suas necessidades calóricas.
E com renda inferior a R$70,00 por mês, essa quantia espantosa que o Programa Brasil Sem Miséria calcula ser suficiente, o percentual de miseráveis é ainda mais elevado: são 8,059 nessa situação.
A ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, discorda. Atribuiu o crescimento dos miseráveis a uma 'flutuação estatística', dentro da margem de erro da pesquisa.
Pois é…
Lembram quando Lula disse: “Eles não sabem do que somos capazes de fazer para garantir a reeleição”? Agora sabemos.
O que ninguém sabe, Lula e dona Dilma incluídos, é por quanto tempo o brasileiro, hoje mais bem informado do que há 12 anos, aguentará a dor que vai doer em todos nós, tanto faz com estrela vermelha no peito ou não.
As dores virão aos magotes, disso podemos estar certos. Aumentos represados até as eleições começarão a espocar em breve e em cascata. Vão doer em muita gente e acabarão por doer ainda mais em seus responsáveis, pois o diabo, quando acionado (“Na eleição a gente faz o diabo”), cobra bem caro sua ajuda. Muito caro.
O mundo é lindo! (Imagem: Mahkmud Eshonkulov)
07 de novembro de 2014
in blog do noblat
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