A balança comercial do Brasil fechou outubro com déficit de US$ 1,177 bilhão - divulgou nesta terça-feira, 3, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Trata-se do pior resultado desde 1998 para o mês, tal qual aconteceu em setembro, quando foi obtido déficit de US$ 939 milhões. O saldo negativo no ano é de US$ 1,871 bilhão.
O resultado, no entanto, ficou melhor do que a mediana do mercado, segundo pesquisa do AE Projeções, serviço da Agência Estado. O levantamento que ouviu 14 instituições previa déficit de US$ 900 milhões a US$ 1,700 bilhão, com mediana negativa em US$ 1,350 bilhão.
As exportações no mês somaram US$ 18,330 bilhões, com média diária de US$ 797 milhões. As importações totalizaram US$ 19,507 bilhões e tiveram média diária de US$ 848,1 milhões.
A quinta semana de outubro teve superávit de US$ 9 milhões, resultado de vendas externas de US$ 3,872 bilhões e importações de US$ 3,863 bilhões.
As exportações no ano somam US$ 191,965 bilhões e as importações, US$ 193,836 bilhões. Os analistas do mercado financeiro, consultados pelo Banco Central para o boletim Focus, ainda estimam superávit comercial de US$ 2 bilhões em 2014.
Ritmo de queda.
As exportações brasileiras tiveram queda de 19,7% em outubro quando comparadas com a média diária de outubro de 2013. As vendas externas de manufaturados caíram 30,3% no período, principalmente porque no ano passado houve uma plataforma de petróleo que não se repetiu em outubro de 2014.
Também houve recuo de óleos combustíveis, automóveis de passageiros e aviões. O grupo de básicos teve uma retração de 15,4%, queda puxada por soja em grão, minério de ferro, milho em grão e minério de cobre. Nos semimanufaturados, houve um recuo de 1%, principalmente, por conta de óleo de soja em bruto, ouro em forma semimanufaturada e açúcar em bruto.
As vendas brasileiras em outubro para União Europeia caíram 40,4%, explicado principalmente pela plataforma de petróleo embarcada no ano passado. As exportações para a Ásia tiveram queda de 25%, sendo que para a China decresceu 43,8%. Para o Mercosul, o recuo foi de 22,2% e, para Argentina, de 35,9%. Os embarques no mês passado para os Estados Unidos caíram 0,3%.
Em alta, café e celulose.
A exportação brasileira de café em grão no mês de outubro (23 dias úteis) alcançou 3,094 milhões de sacas de 60 kg, o que corresponde a uma elevação de 6,07% em relação a igual mês do ano passado (2,917 milhões de sacas). Em termos de receita cambial, houve crescimento de 51,6% no período, para US$ 643,8 milhões em comparação com os US$ 424,7 milhões registrados em outubro de 2013.
Quando comparada com setembro passado, a exportação de café em outubro apresenta elevação de 12% em termos de volume - em setembro os embarques somaram 2,763 milhões de sacas. A receita cambial foi 16,02% maior, considerando faturamento de US$ 554,9 milhões em setembro passado.
No acumulado dos dez primeiros meses do ano, houve elevação de 25,7% na receita, que saiu de US$ 3,861 bilhões em 2013 para US$ 4,854 bilhões no mesmo período deste ano. O volume embarcado avançou 17,8%, de 23,917 milhões de sacas para 27,199 milhões de sacas nos primeiros dez meses deste ano.
As exportações de celulose alcançaram 1,095 milhão de toneladas em outubro, crescimento de 19,41% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando os embarques somaram 917 mil toneladas. Houve um aumento de 20,1% no volume exportado em relação a agosto, quando foram embarcados 911,7 mil toneladas.
Em receita, a celulose exportada chegou a US$ 511,9 milhões no mês passado, uma alta de 6,2% na comparação anual. Em outubro de 2013, o Brasil vendeu o equivalente a US$ 482,2 milhões em celulose. Com relação ao mês anterior, houve um avanço de 16,6%.
Já o preço médio das exportações caiu 11,08%, de US$ 525,8 por tonelada em outubro de 2013 para US$ 467,5 no mês passado. Na comparação mensal, houve um recuo de 2,9% no preço praticado.
07 de novembro de 2014
Estadão
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