"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

TUDO SOB "CONTROLE" NO BRASIL MARAVILHA

Após aumento surpresa de juros pelo BC, analistas elevam projeção para Selic a 12% em 2015. Já a previsão para o crescimento da economia neste ano caiu de 0,27% para 0,24% 
 
 
Economistas de instituições financeiras elevaram a estimativa para a Selic no fim de 2015 a 12%, sobre 11,5% previstos antes. Entre os analistas Top 5 — os que mais acertam a previsões — a mediana de médio prazo subiu de 12% para 12,25%, mostrou nesta segunda-feira a primeira pesquisa Focus do Banco Central com projeções coletadas após a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
 
Na quarta-feira passada, O BC surpreendeu ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 11,25%, numa decisão dividida e sob a justificativa de que os riscos para a inflação aumentaram. A alta foi bem recebida por agentes econômicos, que viram como sinal de mudança na política econômica no segundo mandato de Dilma. A pesquisa Focus levantou projeções até a última sexta-feira e, por isso, ainda deve mostrar mudanças nas contas.

O mercado em geral não mudou a estimativa mediana para a Selic em 2014, de 11%. Mas tomando-se a média das previsões, houve elevação, de 10,91% para 10,94%, o que mostra que ao menos parte dos analistas mudou sua expectativa para cima. No sistema do Focus, os agentes de mercado inserem suas estimativas a cada semana e há a possibilidade de parte deles não ter atualizado as projeções após a decisão do Copom. Entre os Top 5, a mediana de médio prazo saiu de 11% para 11,50%. Assim, esses analistas esperam mais um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic este ano.

 
MAIS INFLAÇÃO EM 2015
 
 
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC tem ainda mais uma reunião neste ano, em 2 e 3 de dezembro, para definir o futuro da Selic. Apesar da elevação do juro, não se espera um alívio na inflação. Enquanto as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2014 permaneceram em 6,45% na estimativa do mercado em geral e em 6,49% entre os Top 5, a mediana para 12 meses à frente subiu de 6,37% para 6,38% e a de 2015 avançou de 6,30% para 6,32%. Os Top 5 também esperam inflação de 6,38% em 2015.

Alguns analistas consideraram que ao elevar o juro, o Copom respondeu a uma desvalorização cambial e seu possível impacto sobre uma inflação que beira o teto da meta de 6,5% no fim do ano. No Focus, a mediana das estimativas para o dólar subiu de R$ 2,40 para R$ 2,45 no fim de 2014 e de R$ 2,50 para R$ 2,55 no fim de 2015.

Enquanto esperam um juro maior, os analistas também veem uma atividade mais fraca. A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caiu de 0,27% para 0,24%. Para 2015, a previsão seguiu em 1%. Se confirmada a taxa, será a pior desde 2009, quando a economia do país encolheu 0,3%.

Já a estimativa para a produção industrial deste ano melhorou um pouco, embora ainda siga bastante negativa: 
saiu de queda de 2,24% para recuo de 2,17%. A previsão para 2015 seguiu em crescimento de 1,42%.

07 de novembro de 2014 
O Globo

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