Magu, estou para persegui-lo implacavelmente. Em referência À FLOR DA TERRA, seus comentários despertam e condicionam os meus. Já passei, como sabe, dos setenta, tempo suficiente para eliminar das minhas fantasias a existência física do saci pererê, a mula sem cabeça e outras lendas. Por essa razão e no uso dela, não acredito que possa acontecer o impeachment da presidente.
O Brasil que vivemos, há muito é o Brasil da exceção, da cabeça para baixo, da inversão de valores, onde a realidade nos mostra que ser bandido, ser um execrável calhorda, dá frutos, traz resultados. Por mais que me constranja falar da minha infância ou juventude, percebo que ela foi mais dedicada à formação moral e ética, tanto vinda de meus país quanto à recebida dos meus professores.
De alguma forma alicerçava-se a razão de maneira a realizar a busca por si mesmo. Aprendia-se a usar o raciocínio sem fugir do chão da realidade. Reconhecíamos a diferença entre o certo e o errado e, por mais que se considerasse a relatividade de nossos conhecimentos, não se colocava a ordem das coisas no relativismo.
A natureza sempre nos deu exemplo de sabedoria, tanto que sabemos o que nos custa comer bolinhas de chumbo, por mais que o relativismo moral insista em dizer que cada um faz o que lhe dá na telha, pois a verdade não existe, o que existe é a opinião de cada um. Lixo intelectual.
O homem é um ser, na minha visão, perfectível, pois evoluir é, pela própria acepção do termo, um processo. E um processo puramente individual. Cada um de nós tem que chegar á conclusão de que a busca do bem, do belo, do perfeito, da verdade é uma meta, ainda que nos faça sentir como se fôssemos o burrinho incapaz diante da cenoura a ser alcançada.
Pois voltando ao tema, não acredito que acontecerá o que se considera justiça, pois o Brasil é o país do quase, do faz de conta, do deixa pra lá, do acerto feito às escusas. Talvez sejamos um povo muito jovem e imaturo, onde, tal qual criança, temos que mexer na tomada para descobrir o efeito de um choque, que colocamos porcarias na boca e descobrirmos, diante da diarreia que aquilo não faz bem à saúde.
Mas esse é o Brasil, quer você queira ou não queira, e lutar contra os fatos é, como se sabe, uma enorme besteira. O máximo que podemos fazer, quando estamos num rio com forte correnteza, é ficar próximo da margem, lugar mais seguro para se encontrar algum toco, raiz, galho em que podemos nos agarrar.
27 de outubro de 2014Elgien
in blog do Giulio Sanmartini
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