"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

BRASIL SALVA INDÚSTRIA SUECA

 

Quando o eclesiástico sueco Jacob Wallberg (1746-1778) alterou o sobrenome para Wallenberg, não imaginava que, dois séculos mais tarde, seus descendentes formariam a família mais rica e poderosa do país.
 
Avião 6
 
Calcula-se que, faz vinte anos, no apogeu de sua influência, os descendentes do patriarca controlavam, direta ou indiretamente, um terço do PIB nacional. A dinastia está presente na banca e na indústria. Os interesses do conglomerado se estendem a grande parte dos grupos industriais suecos: Ericsson, SKF, Scania, Electrolux, Saab.
 
A Saab tem investido soma elevada na concepção e no desenvolvimento de um avião de caça de última geração, mas sua construção em série dependia de encomenda internacional. Dois países se interessaram pelo novo modelo. A Suíça precisava de 22 unidades e o Brasil gostaria de adquirir 36 aparelhos.
 
Compra de 22 caças Gripen Plebiscito suíço de 18 maio 2014
Compra de 22 caças Gripen
Voto do povo suíço, 18 maio 2014
 
Na Suíça, decisões de tal importância não costumam ser resolvidas por uma canetada do presidente.
O povo foi consultado. As urnas, impiedosas, trouxeram a resposta: a compra foi recusada. Os eleitores, por maioria de 53,4%, consideraram que não valia a pena gastar tanto dinheiro. Depois do desaparecimento da União Soviética, o espantalho de uma invasão vermelha desbotou.
 
No Brasil, as coisas não funcionam assim. Uma pessoa sozinha(!) pode tomar decisões que afetam a segurança e as finanças do Estado. Pode passar por cima do parecer das Forças Armadas e do Congresso.
O Lula, quando presidente, garantiu a Monsieur Sarkozy que compraria aviões franceses. O tempo passou, e nosso fiel presidente, em meio a tantos afazeres, há de ter esquecido a promessa.
 
Avião 4
 
Sobrou para a sucessora que, anos mais tarde, deu a decisão. O Brasil vai comprar seus 36 aviões da firma Saab.
 
Marcus Wallenberg, membro do clã bilionário, é presidente e grande acionista do construtor aeronáutico sueco.
Estes dias, lançou comunicado à imprensa informando que o grupo industrial se orgulha de «caminhar lado a lado com o Brasil» no importante programa de construção de 36 caças Gripen NG. No fragor da campanha eleitoral, a informação passou silenciosa.
 
O valor anunciado da transação é de 39,3 bilhões de coroas suecas, algo em torno de 5,4 bilhões de dórares (R$ 13,75 bilhões). Dá uns vinte porcento a mais do que tinha sido noticiado faz alguns meses. Deve ser por causa da inflação sueca.
 
Interligne 18h
 
PS: A inflação anual sueca em 2013 foi de 0.14%. Yes, taxa anual.
 
27 de outubro de 2014
José Horta Manzano

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