"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 12 de julho de 2014

UM TIME DE CÓCORAS E UM GOVERNO PADRÃO SCOLARI


O pior burro, é o burro com iniciativa. É um tipo irrecuperável. Alia a burrice nata com a soberba e a arrogância. Faz pose  e  atribui valores para si difíceis de serem percebidos pelo mais arguto dos observadores.

Rude no falar e tosco em argumentos, apresenta-se em público com certo ar de inteligência. Justo aí – quando acredita que o estilo deixa que eu chuto possa impressionar as pessoas normais - encontra seu pior adversário: a iniciativa, já que a burrice está intrínseca. Felipão – técnico da seleção brasileira nas horas vagas -  é um exemplar emplumado dessa fauna. 
 
Fosse só isso, dava-se um jeito colocando ao lado alguém que limitasse suas iniciativas. Mas quem? Ora, pensou a direção da CBF, por que não o patético Parreira e o carismático e bigodudo Murtosa.
Este último, é bom que se diga, não acumula, já que sua única iniciativa é distribuir os uniformes nos treinos.
O elenco das iniciativas do técnico do Brasil é um espanto, veja-se: enquanto a Alemanha decidiu se concentrar no calor do litoral e do povo baianos e a Argentina no clima ameno da grande Belo Horizonte, o escrete brasileiro optou pelo frio e pela névoa de Teresópolis. 
 
Caso um marciano chegasse ao Brasil, seria levado a acreditar que a seleção estava se preparando para uma copa na Rússia.
Dizem os entendidos – não é o meu caso – que a convocação dos jogadores para um escrete obedece dois princípios básicos: o primeiro, a qualidade do jogador; o segundo, a adaptação desse mesmo jogador ao padrão tático que será utilizado pelo treinador nos jogos.

Já os reservas são escolhidos para, numa emergência, substituírem os titulares ou na eventualidade de ter que mudar o sistema tático.
 
Portanto, essa história de jogador convocado por ser da confiança do técnico não serve para absolutamente nada.

Ou a ideia do técnico paizão seria ótimo se a lista dos convocados saísse de um abrigo de órfãos. Uma seleção conta com jogadores de diversas agremiações, sem que a maioria nunca jogou entre si. Diz a lógica que nesses casos, o treinamento é  o único caminho para dar padrão de jogo ao time.
 
Os treinamentos na granja Comary foram de dar inveja às peladas de casados contra solteiros. Uma seleção representa o País, carrega o símbolo nacional na camisa e muitas vezes levanta a autoestima de um povo sofrido, cuja única felicidade é de a cada quatro anos torcer pela sua seleção e vê-la sagrar-se campeã.

Não seria demais, portanto, exigir dos jogadores um pouco de profissionalismo. Nos primeiros dias, a  principal reunião dos jogadores com os dirigentes é para estabelecer o bicho, a grana que cada atleta vai levar até o final da copa. Por acaso, leitores, os jogadores alemães foram vistos com bonés virados para trás?

Ou um Schweisteiger ou um Hummels com um topete diferente, com doses industriais de gel para dar consistência ao penteado?  Ou algum outro jogador alemão com os cachos descoloridos? Alguma seleção ficou curtindo um jogador lesionado. A Argentina tratou o caso Di Maria de forma profissional e contida. Nada da babaquice “é tóis” nos bonés. Ridículos, para dizer o mínimo.
 
Até a presidente Dilma, demagogicamente e perdendo a compostura,  apareceu nas redes sociais fazendo o “T” do “é tóis” com os braços levantados. Só sorrisos, apesar de um pibinho bolivariano e uma inflação que assombra.

Estivesse Dilma cuidando do País em vez de fazer graça nas redes, o Brasil estaria um pouquinho melhor. Lula, incapaz de se explicar sobre Rosemary Noronha, falou pelos cotovelos sobre os gramados dos estádios. Lula entende de grama, uma de suas especialidades além daquela água que amarga quando desce. 
 
Aliás, o que se viu depois dos 7 a 1 no Mineirão, após o encerramento da partida, ainda no gramado, foi o goleador Muller traçando um feijão tropeiro num simples prato de plástico. Já os jogadores do Bananão desciam para os túneis dos estádios com suas bolsas Louis Vuitton, Gucci e Prada recheadas de hidratantes e cremes (humm...!). 
 
Logo após o jogo cada atleta de Joaquim Lowe deixava o estádio acompanhado da esposa e filhos, pois amanhã é outro dia. E dia de praia, na aprazível Calábria. Profissionalismo é uma coisa que pode ser levado com suavidade.

Exibicionismo já é outra coisa, onde prevalecem adereços cafonas que fazem a onda de um tipinho bobo, que pensa que uma bolsa de grife vai  abrir as portas das casas da “elite branca de olhos azuis”.  
 
Em outubro o Brasil sediará uma outra copa, que vale quatro anos de prosperidade econômica e paz social se o eleitor souber escalar seu candidato. 

12 de julho de 2014
Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em direito e articulista colaborador deste blog.

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