E Felipão ainda sonha em continuar técnico da seleção, com apoio do futuro presidente da CBF
A grande diferença entre as transmissão da Copa pela Globo e pela Band, para ficarmos apenas nos canais abertos, foi o comportamento contido da equipe da emissora carioca, capitaneada por Galvão Bueno, acerca dos muitos erros cometidos pelo técnico Luiz Felipe Scolari.
Enquanto os narradores e comentaristas da Band desciam o malho em Felipão, a equipe da Globo tentava colocar panos quentes, preferindo culpar o baixo nível dos jogadores.
Baixo nível? Estavam ali, representando o Brasil, alguns dos mais bem-sucedidos jogadores do mundo. Todos eles milionários e alguns já multimilionários, inclusive o zagueiro mais caro de todos os tempos, Thiago Silva.
Na Globo, a única grande crítica a Felipão partiu de Galvão Bueno, ao enfim registrar que a seleção brasileira jamais treinava no campo maior da Granja Comary, com o técnico preferindo fazer uns bate-bolas em espaço reduzido, a pretexto de enfrentar marcação sob pressão. E seleção que não treina não pega conjunto, é óbvio.
UM RETRANQUEIRO
A verdade é que Felipão convocou os jogadores certos. Poderia ter levado Kaká, para dar mais experiência ao time, mas tudo bem, os jogadores disponíveis estão entre os melhores do mundo. O problema é escalar um time que consiga jogar junto.
Felipão escala mal porque é retranqueiro, no mau sentido, que não arma o time para ganhar, mas para não perder. Aliás, ele é um dos destaques da Era da Retranca, que Zagallo tentou inaugurar em 1970, mas os já jogadores estavam acostumados a jogar para a frente, no estilo João Saldanha, desobedeceram às ordens de Zagallo e deram aquele show no tricampeonato.
De lá para cá, todas as seleções do mundo passaram a tentar jogar como o Brasil em 1970, com os laterais subindo e descendo, os atacantes marcando pressão e também subindo e descendo, como uma sanfona. E as exibições do Brasil nesta Copa passaram a ser uma espécie de Bíblia para treinadores do mundo inteiro.
A “Laranja Mecânica” da Holanda, sob comando do Cruijff, a França de Zidane e a Espanha de Iniesta não passaram de adaptações do esquema brasileiro de jogar. Nelson Rodrigues diria que esta observação é o óbvio ululante, mas parece que muita gente tem dificuldade de enxergar o óbvio.
TODO MUNDO JOGA IGUAL
No Brasil, Zagallo inaugurou a Era da Retranca, seguido por Parreira, Lazaroni, Felipão e a quase totalidade dos técnicos brasileiros, com raras exceções, como Telê Santana. De 1990 para cá, só deu retranca na seleção.
Hoje, todas as seleções jogam igual. Marcam pressão e contra-atacam com tudo, laterais subindo. A posse de bola é valorizada, com troca de passes a partir do meio do campo, tabelinhas e investidas na intermediária em busca do gol, quando os verdadeiros craques então fazem a diferença.
A diferença para os esquemas apresentados nesta Copa pelos outros semifinalistas (Alemanha, Holanda e Argentina) é que Felipão sempre dá prioridade à escalação de volantes que protejam a defesa, enquanto os outros técnicos preferem escolher volantes que também saibam atacar e avancem no ataque.
Para contrabalançar essa maneira equivocada de jogar, Felipão escala sempre um centro-avante, como Fred, e o resultado é que o Brasil acaba jogando com apenas 10 jogadores, porque Fred some em campo. Detalhe: Jô é melhor do que Fred, porque se desloca e busca jogo, mas também não serve para seleção.
RETRANCAGENS…
Na Copa que Parreira venceu, o Brasil era retranqueiro, mas tinha um grande líder no meio campo (Dunga) e dois atacantes diabólicos (Romário e Bebeto). O time ganhou a Copa, mas não convenceu.
E na Copa que Felipão venceu, o Brasil tinha Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Roberto Carlos, que desobedeciam Felipão, bagunçavam qualquer tentativa de jogar na retranca e partiam para cima do adversário.
Para encerrar: Felipão está completamente ultrapassado. Com esse método de não treinar coletivos, criou uma seleção sem conjunto e sem identidade. E com essa conversa fiada de formar a “família” Scolari, sob as ordens do paizão, criou uma geração de frouxos, que choram por qualquer motivo e até pedem para não bater o pênalti, como o “capitão” Thiago Silva. Jogadores com essa falta de personalidade não deveriam ser convocados. É preferível escalar 11 “feras”, com fez o Saldanha em 1970.
14 de julho de 2014
Carlos Newton
A grande diferença entre as transmissão da Copa pela Globo e pela Band, para ficarmos apenas nos canais abertos, foi o comportamento contido da equipe da emissora carioca, capitaneada por Galvão Bueno, acerca dos muitos erros cometidos pelo técnico Luiz Felipe Scolari.
Enquanto os narradores e comentaristas da Band desciam o malho em Felipão, a equipe da Globo tentava colocar panos quentes, preferindo culpar o baixo nível dos jogadores.
Baixo nível? Estavam ali, representando o Brasil, alguns dos mais bem-sucedidos jogadores do mundo. Todos eles milionários e alguns já multimilionários, inclusive o zagueiro mais caro de todos os tempos, Thiago Silva.
Na Globo, a única grande crítica a Felipão partiu de Galvão Bueno, ao enfim registrar que a seleção brasileira jamais treinava no campo maior da Granja Comary, com o técnico preferindo fazer uns bate-bolas em espaço reduzido, a pretexto de enfrentar marcação sob pressão. E seleção que não treina não pega conjunto, é óbvio.
UM RETRANQUEIRO
A verdade é que Felipão convocou os jogadores certos. Poderia ter levado Kaká, para dar mais experiência ao time, mas tudo bem, os jogadores disponíveis estão entre os melhores do mundo. O problema é escalar um time que consiga jogar junto.
Felipão escala mal porque é retranqueiro, no mau sentido, que não arma o time para ganhar, mas para não perder. Aliás, ele é um dos destaques da Era da Retranca, que Zagallo tentou inaugurar em 1970, mas os já jogadores estavam acostumados a jogar para a frente, no estilo João Saldanha, desobedeceram às ordens de Zagallo e deram aquele show no tricampeonato.
De lá para cá, todas as seleções do mundo passaram a tentar jogar como o Brasil em 1970, com os laterais subindo e descendo, os atacantes marcando pressão e também subindo e descendo, como uma sanfona. E as exibições do Brasil nesta Copa passaram a ser uma espécie de Bíblia para treinadores do mundo inteiro.
A “Laranja Mecânica” da Holanda, sob comando do Cruijff, a França de Zidane e a Espanha de Iniesta não passaram de adaptações do esquema brasileiro de jogar. Nelson Rodrigues diria que esta observação é o óbvio ululante, mas parece que muita gente tem dificuldade de enxergar o óbvio.
TODO MUNDO JOGA IGUAL
No Brasil, Zagallo inaugurou a Era da Retranca, seguido por Parreira, Lazaroni, Felipão e a quase totalidade dos técnicos brasileiros, com raras exceções, como Telê Santana. De 1990 para cá, só deu retranca na seleção.
Hoje, todas as seleções jogam igual. Marcam pressão e contra-atacam com tudo, laterais subindo. A posse de bola é valorizada, com troca de passes a partir do meio do campo, tabelinhas e investidas na intermediária em busca do gol, quando os verdadeiros craques então fazem a diferença.
A diferença para os esquemas apresentados nesta Copa pelos outros semifinalistas (Alemanha, Holanda e Argentina) é que Felipão sempre dá prioridade à escalação de volantes que protejam a defesa, enquanto os outros técnicos preferem escolher volantes que também saibam atacar e avancem no ataque.
Para contrabalançar essa maneira equivocada de jogar, Felipão escala sempre um centro-avante, como Fred, e o resultado é que o Brasil acaba jogando com apenas 10 jogadores, porque Fred some em campo. Detalhe: Jô é melhor do que Fred, porque se desloca e busca jogo, mas também não serve para seleção.
RETRANCAGENS…
Na Copa que Parreira venceu, o Brasil era retranqueiro, mas tinha um grande líder no meio campo (Dunga) e dois atacantes diabólicos (Romário e Bebeto). O time ganhou a Copa, mas não convenceu.
E na Copa que Felipão venceu, o Brasil tinha Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Roberto Carlos, que desobedeciam Felipão, bagunçavam qualquer tentativa de jogar na retranca e partiam para cima do adversário.
Para encerrar: Felipão está completamente ultrapassado. Com esse método de não treinar coletivos, criou uma seleção sem conjunto e sem identidade. E com essa conversa fiada de formar a “família” Scolari, sob as ordens do paizão, criou uma geração de frouxos, que choram por qualquer motivo e até pedem para não bater o pênalti, como o “capitão” Thiago Silva. Jogadores com essa falta de personalidade não deveriam ser convocados. É preferível escalar 11 “feras”, com fez o Saldanha em 1970.
14 de julho de 2014
Carlos Newton
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