"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O SHOW NÃO PODE PARAR

 
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Após o primeiro sorteio de ingressos para a Copa, o diário argentino esportivo “Olé” chamou de vergonha o baixíssimo número de bilhetes recebidos pelos argentinos. Dos 266 mil pedidos, apenas 4.500 (menos de 2%) foram atendidos. Os Estados Unidos pediram 374 mil e receberam 65 mil (quase 20%). Outros países sul-americanos, principalmente a Colômbia, receberam muito mais bilhetes que os argentinos.

A Fifa disse que foi azar da Argentina. Mas a enorme diferença contraria a lei das probabilidades. Muitos desconfiam que houve trapaça da Fifa e da CBF. Dizer isso seria uma atitude paranoica ou tudo é possível neste estranho mundo, que não sei se caminha de volta às trevas ou para um novo iluminismo?

A Argentina é, disparado, o país que traz mais turistas ao Brasil. Nos pouco mais de cinco milhões por ano, mais ou menos 30% são argentinos (1,5 milhão). Dos Estados Unidos, segundo lugar, chega à metade.

Um grande número de torcedores argentinos já avisou que virá, mesmo sem ingresso. Confusões à vista. Eles estão eufóricos com a seleção. O time titular não perde há mais de dois anos. Nesse período, ganhou duas vezes do Brasil e de todos os grandes da Europa. Na derrota, fora de casa, para o Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa, a Argentina atuou com a equipe reserva. A derrota para o Brasil, com apenas jogadores que atuam nos dois países, não tem nada a ver com as seleções principais.

ARGENTINOS

Os argentinos, e todo o mundo, estão preocupados com mais uma lesão muscular de Messi. Uma das razões é o fato de ele ter jogado os 90 minutos de todas as partidas. Messi não é um craque virtual. Ele é real. Messi quis quebrar todos os recordes. O Barcelona apoiou, e a sociedade do espetáculo, que não tem limites, na qual está inserido o futebol, quer lucrar e consumir rapidamente o talento dos craques. Há outros na fila. Neymar pode ser o próximo. O show não pode parar.

Muitos torcedores e jornalistas brasileiros estão ansiosos, apressados, para comparar Neymar e Messi. Se Neymar fizer um gol espetacular, vão questionar quem é o melhor do mundo. Isso deve acontecer com o tempo, naturalmente. Está cedo para terminar o esplendor de Messi. Por causa do conturbado ano, aumentam as chances, se estiver bem fisicamente, de Messi brilhar mais ainda em 2014. O melhor de 2013 é Cristiano Ronaldo. Os que são eleitos melhores do mundo no ano anterior costumam jogar mal a Copa.

O talento e o jogo de futebol estão mais próximos do imaginário e do encanto do que do simbólico e dos números. Mede-se a eficiência de um craque ou de um time mais pelo fascínio que exercem do que pelas estatísticas.
O Cruzeiro não é o melhor time do Brasileirão porque tem números muito mais expressivos, e sim porque encantou e jogou melhor que os outros.

13 de novembro de 2013
Tostão (O Tempo)

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