"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 5 de outubro de 2013

EM TEMPOS DE MUDANÇA, O CENÁRIO MAIS PROVÁVEL É A REELEIÇÃO DE DILMA

   
 
Quando Lula conseguiu eleger Dilma Rousseff como presidente da República, abriu-se a possibilidade de que o lulismo se projetasse como força política dominante por mais oito anos e, até mesmo, de que se renovasse adiante por mais um ou dois mandatos.

O lulismo tinha seus alicerces fundados em um sólido apoio partidário, sindical e empresarial, apoio do sistema financeiro e dos movimentos sociais, além de imensa popularidade. Três anos de gestão Dilma destruíram esse apoio.

Os sindicatos estão rachados. Pelo menos duas centrais sindicais devem ter projetos autônomos em relação a Dilma: a União Geral dos Trabalhadores (UGT), que apoiará o PSD, e a Força Sindical.
Os movimentos sociais estão divididos e desestimulados. Já não demonstram o mesmo apoio.

O empresariado está decepcionado com o andamento da economia, com as idas e vindas intervencionistas, entre outras questões.

O mercado financeiro, que se convenceu de que Lula era um bom negócio, perdeu o encanto com o governo e, diretamente, pune a economia real com doses de desconfiança.

Paradoxalmente, Dilma Rousseff continua favorita para ganhar as eleições à Presidência em 2014, apesar de ter tido a sua popularidade demolida pelas manifestações de rua em junho. Agora, aos poucos, vai recuperando essa popularidade, mas nada será como antes. Dificilmente, com a economia funcionando devagar, ela voltará aos 70% de aprovação.

A mais recente pesquisa CNI/Ibope sobre a avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff apontou que a aprovação (ótimo/bom) subiu seis pontos percentuais (de 31% para 37%) no período entre julho e setembro. A avaliação regular oscilou positivamente dois pontos (de 37% para 39%), enquanto a avaliação negativa (ruim/péssimo) caiu nove (de 31% para 22%).

O Ibope também apontou uma ampliação da vantagem da presidente Dilma Rousseff (PT) em relação aos seus principais adversários, o que representa um aumento do seu favoritismo na busca pela reeleição. A mídia eletrônica, que não gosta de Dilma, tenderá a ser mais agressiva na pré-campanha.

Em especial, se os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB) mostrarem real viabilidade. Marina Silva (Rede Sustentabilidade) ainda é uma incógnita.

DOIS CENÁRIOS

O que temos pela frente são três cenários básicos. O primeiro é a reeleição de Dilma. Dele se desdobram dois subcenários: um novo mandato forte a partir da reeleição e com um ambiente econômico mais ativo, ou um mandato fraco com a base ainda mais dividida e desconfiada.

O segundo cenário é o de Dilma fora da competição, abrindo lugar para Lula. É um cenário improvável, mas não impossível. Lula poderá concorrer para salvar o lulismo. No entanto, não é uma opção fácil; exige uma pilotagem muito precisa para dar certo.
O terceiro cenário é o da vitória de um dos candidatos de oposição.

O cenário mais provável, no momento, é o da reeleição de Dilma, seguindo-se um novo mandato com fragilidades políticas maiores. Isso porque, primeiro, o governo Dilma não tem credibilidade no meio político. Sua palavra pouco vale, o que gera retaliações e dificuldades nas negociações políticas.

O segundo aspecto reside no fato de que a capacidade de fazer mágicas na economia parece limitada. Não chegaremos a comprometer os fundamentos, mas tampouco teremos uma gestão de excelência.

O terceiro aspecto é que o lulismo carece de um sucessor para Dilma. Assim, a partir do primeiro dia de uma nova gestão Dilma, se abrirá uma surda disputa fratricida pelo posto de candidato do lulismo.
A salvação do segundo mandato de Dilma e do lulismo está no ambiente econômico. Porém, até agora, os sinais não são estimulantes.

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