"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

FRANCISCO DIZ BOBAGENS

Os papas, presos à burocracia do Vaticano e tentados pelos ideais dos tempos contemporâneos, tendem a esquecer a Bíblia. Por vezes, é preciso que um ateu, mais atento aos textos sagrados, os chame à razão. O primeiro papa a negar os Evangelhos no que diz respeito à morte do Cristo foi João XXIII.

Na Sexta-feira santa de 1959, fez desaparecer da liturgia o adjetivo “pérfidos judeus” e rezou pelos “judeus”. No documento Nostra Aetate, de 1965, isentou os judeus da culpa pela crucificação de Cristo. Que elimine da missa um insulto racial, nada mais justo. Ainda mais quando os judeus contemporâneos nada têm a ver com os atos de seus antepassados. Daí a absolvê-los pelo episódio no monte Calvário, vai uma longa distância.

Lemos na Nostra Aaetate que “o mal praticado na sua paixão não pode ser atribuído indiscriminadamente a todos os judeus que viviam então, nem aos judeus dos nossos tempos”. A mesma bobagem foi repetida por Bento XVI, há dois anos, no livro Jesus de Nazaré. Desde sua entrada em Jerusalém à Resurreição. Ratzinger, repetindo João XXIII, também isenta os judeus das alegações de que foram responsáveis pela morte de Jesus. “Perguntemo-nos, antes de mais nada, quem eram exatamente os acusadores? Quem insistiu em condenar Jesus à morte? Segundo João, se trata simplesmente dos ‘judeus’, mas a expressão deste evangelista não indica o povo de Israel como tal, e menos ainda tem uma intenção racista”.

É óbvio que João não fala do povo de Israel. Se falasse, teria escrito o povo de Israel, ora bolas. Ou simplesmente Israel, como era denominado o Estado judeu. Por outro lado, o papa pretende corrigir a versão de Mateus, que atribuiu a pressão para condenar Cristo a “todo o povo”. Segundo Ratzinger, não se trata de um fato histórico porque não é possível que todo o povo expressasse seu rechaço.

Foi obviamente força de expressão do Mateus. Nunca na História um povo inteiro se reuniu para matar um só homem. Seria preciso, no caso, que todo Israel se reunisse em Jerusalém. Sem falar que o evangelho de João não poderia mesmo ter nenhuma intenção racista, já que racismo é categoria contemporânea. Você pode percorrer a bíblia de ponta a ponta e nela não encontrará a palavrinha. Vamos ao texto de João, XI 49-50:

Então, os chefes dos sacerdotes e o fariseus reuniram o Conselho e disseram: "Que faremos? Esse homem realiza muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele e os romanos virão, destruindo nosso lugar santo e a nação". Um deles, porém, Caifás, que era Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: "Vós de nada entendeis. Não compreendeis que é de nosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda? Não dizia isto por si mesmo, mas sendo Sumo Sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação - e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos os filhos de Deus dispersos. Então, a partir desse dia, resolveram matá-lo.

Óbvio está que não foi o povo judeu. Foi pior. Foram os líderes supremos dos judeus que condenaram o Cristo. Que mais não seja, os judeus foram responsáveis não só pela morte do Cristo. Foram eles que mandaram Paulo para uma prisão em Roma. Entre outras acusações, estava a sua boa amizade com Trófimo, que era não-circuncidado.

Outra sandice do Bento. Em Roma, num 06 de janeiro, Sua Santidade repetiu essa suma asneira que os jornais repetem todos os anos: os três reis magos. Leia a Bíblia de ponta a ponta. Nela jamais encontrará reis magos e muito menos que eram três. O mais específico que encontramos está em Mateus, 2:1: “Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam (...)"

Uns magos e nada mais. Nem reis nem três.

O besteirol pontifício se repete. Hoje, em entrevista a uma revista jesuíta, o papa Francisco relatou um episódio em que uma pessoa perguntou se ele “aprovava” a homossexualidade. “Eu respondi com outra pergunta. "Diga-me, quando Deus olha para um gay, ele confirma a existência dessa pessoa com amor, ou rejeita e condena esta pessoa? Nós devemos sempre considerar esta pessoa. Aqui entramos no mistério da humanidade”, disse.

Sua Santidade esqueceu de dizer o que diz o bom Deus a respeito dos homossexuais. Jeová é taxativo. No Levítico 20:13 lemos: "Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse com mulher, ambos terão praticado abominação; certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles".

Será isso confirmar a existência dessa pessoa com amor?


20 de setembro de 2013
janer cristaldo

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