O corretor de imóveis Nelson Seixas Gonçalves Júnior afirmou nesta terça-feira ao juiz Sergio Moro que a compra do imóvel onde seria construída a nova sede do Instituto Lula foi negociada inicialmente com o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. O corretor, ouvido como testemunha de defesa do advogado Roberto Teixeira, que intermediou o negócio, disse que a DAG Construtora só surgiu como compradora no fim da negociação.
Seixas relatou ter se encontrado duas vezes com José Carlos Bumlai para discutir o aluguel do imóvel. Inicialmente interessado, o pecuarista desistiu da tratativa e indicou seu primo, Glaucos da Costamarques, para continuar com negociação:
INVESTIDOR… — “Ele (Bumlai) falou que estava passando o negócio para o primo dele, o senhor Glaucos da Costamarques, que era cliente do escritório de Roberto Teixeira e que tinha interesse na área imobiliária”, disse o corretor, acrescentando que o negócio foi fechado com Costamarques, que, no fim da negociação incluiu a DAG.
Gonçalves Júnior disse nunca ter se encontrado com Demerval De Souza Gusmão Filho, diretor da empresa que também é réu na ação. “Quando foi feita a minuta do contrato com as condições do negócio havia uma clausula onde ele (Costamarques) outorgaria a escritura ou para ele ou a quem ele indicasse. E a DAG aparece na minuta final da escritura cerca de 20 dias antes da efetiva concretização do negócio. Isso (o valor do imóvel) foi pago ao chefe administrativo no ato da escritura e foi aí que apareceu a DAG”, disse o corretor.
DAG E ODEBRECHT – A DAG Construções presta serviços para a Odebrecht e seu dono é amigo pessoal do empresário Marcelo Odebrecht. Para o Ministério Público Federal, a empresa foi usada para esconder a participação da empreiteira no negócio.
Sergio Moro ouviu mais quatro testemunhas na manhã desta terça-feira, embora não tenha realizado perguntas a nenhum delas. Os advogados José Emanuel de Arruda Alvim Neto e Celso Antônio Bandeira de Mello foram arrolados pela defesa de Roberto Teixeira. Nicole Rodrigues Carnizelo, ex-gerente comercial da Generale, e Thiago Dias, ex-funcionário do banco Safra, foram testemunhas de defesa de Lula. Ambos relataram participação das empresas para as quais trabalhavam na época de oferta pública de ações da Petrobras em 2010.
A ação investiga Lula por supostamente receber propina da Odebrecht por meio de um prédio que sediaria o Instituto Lula, em São Paulo, e um apartamento em São Bernardo do Campo (SP).
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A reportagem mostra que as provas contra Lula vão se acumulando, mas deixou de registrar que Costamarques vem a ser o suposto “dono” do apartamento que Lula diz alugar em São Bernardo e que teve a parede derrubada para se transformar num apartamento duplo. O apartamento estaria alugado, mas Costamarques jamais recebeu nem pagamento pelo aluguel. Vai ser incriminado como cúmplice de lavagem de dinheiro e pegará pena mínima. Quanto ao prédio para o Instituto Lula, chegou a se comprado, mas dona Marisa não gostou do bairro. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A reportagem mostra que as provas contra Lula vão se acumulando, mas deixou de registrar que Costamarques vem a ser o suposto “dono” do apartamento que Lula diz alugar em São Bernardo e que teve a parede derrubada para se transformar num apartamento duplo. O apartamento estaria alugado, mas Costamarques jamais recebeu nem pagamento pelo aluguel. Vai ser incriminado como cúmplice de lavagem de dinheiro e pegará pena mínima. Quanto ao prédio para o Instituto Lula, chegou a se comprado, mas dona Marisa não gostou do bairro. (C.N.)
12 de julho de 2017
Juliana Arreguy
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário