"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

MICHEL TEMER NAVEGA NO SUBORNO, MAS NÃO ESCAPA DA TEMPESTADE

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Charge do Lute (facebook.com/lute.cartunista)
Enquanto o governo Michel Temer recorre ao suborno para tentar impedir o julgamento do presidente da República pelo Supremo Tribunal Federal, e o advogado Cláudio Mariz de Oliveira tenta em vão desfocar o ponto sensível da acusação apresentada por Rodrigo Janot, eu pensava que poderia escrever hoje uma matéria sobre os baixos salários brasileiros, ou então escapando ao pessimismo dominante supunha que focalizaria os belos dias de sol de inverno no Rio. Foi uma ilusão.
Reportagem de Marina Dias e Daniela Lima, Folha de São Paulo desta terça-feira, revela que nas reuniões políticas privadas que tem mantido, o deputado Rodrigo Maia manifesta a opinião de que é irreversível a queda do presidente Michel Temer.
É IRREVERSÍVEL – As repórteres Marina e Daniela acentuam que o presidente da Câmara não desejou falar claramente sobre as conversações, porém deixou claro sua impressão de que o chefe do Executivo poderia resistir, à primeira denúncia de Janot, mas não resistiria a uma segunda acusação.
O fim de semana de Rodrigo Maia foi de articulações, incluindo, diz a reportagem, o vice-presidente das Organizações Globo. Rodrigo Maia negou participar de uma conspiração. Mas a negativa de ser conspirador não afasta de sua posição de sucessor de Temer depois da queda. Depois da queda, aliás, é nome de uma obra teatral de Arthur Miller, que depois tornou-se tema de filme famoso.
FHC SAIU FORA – O encontro que Michel Temer pediu a Fernando Henrique Cardoso não se realizou, mas o PSDB reuniu-se em São Paulo e mais uma vez adiou sua decisão sobre permanecer ou não no governo. O governador Geraldo Alckmin colocou uma curiosa questão: o PSDB deverá deixar o governo logo após a votação das reformas trabalhista e da Previdência Social.
Como de hábito, os Tucanos permaneceram em cima do muro que separa o presente do futuro imediato. Porém, até quando poderão manter-se assim?
Michel Temer, como está no título, navega pelo mar do suborno, mas tal roteiro não o fará escapar da consciência e da tempestade.

12 de julho de 2017
Pedro do Coutto

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