GEDDEL QUERIA EVITAR QUE FUNARO FIZESSE ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA
Em depoimento prestado na última sexta-feira, 7, Raquel Pitta, mulher do corretor Lúcio Bolonha Funaro, confirmou à Polícia Federal ter recebido ligações telefônicas do ex-ministro Geddel Vieira Lima nas quais teria sido “pressionada”. A suposta pressão exercida por Geddel teria como objetivo evitar que o marido de Raquel fizesse um acordo de delação premiada e foi o principal argumento usado pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, para autorizar a prisão do peemedebista.
Geddel foi preso no último dia 3 sob acusação de tentar obstruir a Operação Lava Jato. Depois foi transferido da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para a Penitenciária da Papuda.
O depoimento de Raquel foi solicitado por Vallisney de Souza na audiência de custódia realizada na quinta-feira, 6, em que manteve a prisão preventiva de Geddel. “Não tenho elemento para dizer nesse momento que não há indício de crime. Desse modo eu mantenho aqui o que coloquei na decisão de que há indícios de autoria e materialidade quanto a Geddel”, afirmou o juiz Vallisney ao manter Geddel na Papuda.
Além do depoimento de Raquel, Vallisney também solicitou à Polícia Federal uma perícia no aparelho celular no qual ela recebeu a ligação. O trabalho ainda não foi concluído pela PF.
Na audiência de custódia, Geddel negou ter pressionado a mulher do corretor. “Em nenhum instante, impossível alguém demonstrar. Em nenhuma circunstância”, disse o ex-ministro. Segundo Geddel, ele retornou uma ligação da mulher de Funaro que “ficou marcada em seu celular” e que na conversa não houve nenhum tipo de pressão. Indagado pelo procurador Anselmo Cordeio Lopes, o ex-ministro afirmou que ligou “mais de dez vezes” para a mulher de Funaro, mas que nunca perguntou “se ela estava recebendo dinheiro”.
Conversas
O advogado de Funaro, Bruno Espiñeira foi quem entregou à Polícia Federal as cópias das telas do celular com as conversas entre Raquel e o ex-ministro de Temer. As conversas pelo aplicativo WhatsApp foram registradas em oito datas entre 17 de maio e 1 de junho deste ano.
Ao decretar a prisão preventiva de Geddel, o juiz Vallisney de Souza disse que ‘é gravíssimo’ o recente fato de o ex-ministro peemedebista ter entrado, ‘por diversas vezes, em contato telefônico’ com a mulher do corretor Lúcio Funaro. (AE)
12 de julho de 2017
diário do poder
GEDDEL FOI PRESO NO ÚLTIMO DIA 3 SOB ACUSAÇÃO DE TENTAR OBSTRUIR A OPERAÇÃO LAVA JATO (FOTO: VALTER CAMPANATO/ ABR) |
Em depoimento prestado na última sexta-feira, 7, Raquel Pitta, mulher do corretor Lúcio Bolonha Funaro, confirmou à Polícia Federal ter recebido ligações telefônicas do ex-ministro Geddel Vieira Lima nas quais teria sido “pressionada”. A suposta pressão exercida por Geddel teria como objetivo evitar que o marido de Raquel fizesse um acordo de delação premiada e foi o principal argumento usado pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, para autorizar a prisão do peemedebista.
Geddel foi preso no último dia 3 sob acusação de tentar obstruir a Operação Lava Jato. Depois foi transferido da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para a Penitenciária da Papuda.
O depoimento de Raquel foi solicitado por Vallisney de Souza na audiência de custódia realizada na quinta-feira, 6, em que manteve a prisão preventiva de Geddel. “Não tenho elemento para dizer nesse momento que não há indício de crime. Desse modo eu mantenho aqui o que coloquei na decisão de que há indícios de autoria e materialidade quanto a Geddel”, afirmou o juiz Vallisney ao manter Geddel na Papuda.
Além do depoimento de Raquel, Vallisney também solicitou à Polícia Federal uma perícia no aparelho celular no qual ela recebeu a ligação. O trabalho ainda não foi concluído pela PF.
Na audiência de custódia, Geddel negou ter pressionado a mulher do corretor. “Em nenhum instante, impossível alguém demonstrar. Em nenhuma circunstância”, disse o ex-ministro. Segundo Geddel, ele retornou uma ligação da mulher de Funaro que “ficou marcada em seu celular” e que na conversa não houve nenhum tipo de pressão. Indagado pelo procurador Anselmo Cordeio Lopes, o ex-ministro afirmou que ligou “mais de dez vezes” para a mulher de Funaro, mas que nunca perguntou “se ela estava recebendo dinheiro”.
Conversas
O advogado de Funaro, Bruno Espiñeira foi quem entregou à Polícia Federal as cópias das telas do celular com as conversas entre Raquel e o ex-ministro de Temer. As conversas pelo aplicativo WhatsApp foram registradas em oito datas entre 17 de maio e 1 de junho deste ano.
Ao decretar a prisão preventiva de Geddel, o juiz Vallisney de Souza disse que ‘é gravíssimo’ o recente fato de o ex-ministro peemedebista ter entrado, ‘por diversas vezes, em contato telefônico’ com a mulher do corretor Lúcio Funaro. (AE)
12 de julho de 2017
diário do poder
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