Não se passa um dia sem o festival de corrupção apresentar mais um número envolvendo velhos e novos atores. O autor, por enquanto, é a Odebrecht, mas muitos outros estão na fila. A bilheteria é um sucesso, ora registrando 200 milhões de reais distribuídos por diversos partidos políticos, ora misturando propinas com caixa dois, expondo as entranhas de governos passados e atuais.
Uma pergunta, porém, não quer calar: a origem do dinheiro podre distribuído ao universo partidário. A entrega de milhões para candidatos de toda espécie, em todas as eleições, decorre de supostos favores prestados ou a prestar para a realização de contratos e benefícios que deputados, senadores, ministros e altos funcionários facilitarão através de suas atividades rotineiras.
Tudo indica que, mesmo a passos de tartaruga, o Judiciário conseguirá desbastar o cipoal de que assola o país e levar os culpados a julgamento. Fica em aberto, no entanto, o problema da reposição aos cofres públicos do produto surripiado. Multas têm sido impostas aos corruptos e aos corruptores, mas com poucas chances de se materializar.
Já tarda a divulgação da lista dos culpados, devida pelo Procurador Geral da República. Espera-se que antes de terminado seu mandato, possa liberar os nomes dos acusados e as quantias distribuídas. Os vazamentos até agora verificados deixam a desejar, quando o total permanece desconhecido.
05 de março de 2017
Carlos Chagas
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